Após a apuração, eleitores de Ubaldo lotaram o auditório da reitoria. (Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC).
Após 82 dias de campanha, a comunidade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) conclui seu processo de consulta para novo reitor. Ubaldo César Balthazar foi o candidato mais votado no segundo turno. Com 54,67% dos votos, Ubaldo (52) ficou à frente de Irineu Manoel de Souza (80), que obteve 42,65% dos votos. Foram ainda computados 0,88% de votos brancos e 1,79% de votos nulos.
A apuração iniciou por volta das 21h30 e foi projetada em transmissão ao vivo em telão instalado no Auditório da Reitoria e pela página da UFSC no Facebook. O resultado final foi anunciado pela Comissão Eleitoral da UFSC (Comeleufsc) às 22h35.
A votação
A disposição dos votos entre as categorias teve os seguintes resultados:
Estudantes de graduação e pós-graduação: 18,24% de votos para Ubaldo e 14,61% para Irineu.
Técnicos-administrativos em Educação: 15,51% para Ubaldo e 16,82% para Irineu.
Docentes: 20,91% para Ubaldo e 11,21% para Irineu.
37,81% dos eleitores aptos compareceram às urnas, em um total de 15.236 votantes. Desses 11.180 foram estudantes (34,70% dos estudantes), 3.134 técnicos-administrativos (71,86%) e 1.804 docentes (73,21%).
A comemoração
Assim que os votos terminaram de ser apurados, Ubaldo se deslocou do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), onde se encontrava seu comitê de campanha, rumo à reitoria. No hall do Centro Socioeconômico (CSE) os dois candidatos se encontraram e cumprimentaram-se mutuamente. Em seguida, os apoiadores e eleitores de Ubaldo o acompanharam ao auditório da reitoria, onde discursou por cerca de dez minutos para seus apoiadores presentes.
Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
Manifestações dos candidatos
Ubaldo, no trajeto à reitoria, se manifestou sobre sua candidatura, as eleições e seu projeto de gestão. “Cinco meses atrás eu não imaginava esse momento de forma alguma, porque eu não tinha a menor pretensão de ser reitor. Fui escolhido pelo Conselho Universitário para ser reitor pro tempore e no meio do caminho surgiu o pedido de vários colegas para que eu me candidatasse, considerando principalmente a forma como eu estava conduzindo o processo de recuperação da autoestima e equilíbrio da universidade. Isso pela minha forma característica de ser, que é de saber ouvir, de forma tranquila e serena, procurando sempre conversar. Temos um plano de gestão que é factível, com mais de 400 ações para serem realizadas na universidade. Nosso grande projeto é continuar o legado de Cancellier e Alacoque, que foram eleitos em 2015.”
Para esse início de gestão, Ubaldo afirmou que as prioridades serão o Hospital Universitário e a moradia estudantil. “Temos problemas no HU que devem ser retomados imediatamente. E temos também um problema sério na moradia estudantil. As reformas imediatas já estão sendo feitas, mas ainda são poucos quartos para muitos estudantes. Temos muitos alunos carentes que precisariam estar na moradia. Essa é uma questão séria que temos que enfrentar imediatamente e da melhor maneira possível.”
Irineu agradeceu aos eleitores e apoiadores, e ressaltou que, com o fim da campanha, suas atividades como diretor do CSE seguem normalmente: “Fizemos um bom trabalho, mas faltaram os votos. Esperávamos uma votação mais expressiva em todas as categorias, mas não ocorreu. Continuarei na direção do Centro Socioeconômico, dando continuidade ao nosso trabalho, que também é uma atividade bastante nobre dentro da universidade. E desejo ao professor Ubaldo um excelente mandato, uma excelente gestão, e que ele consiga cumprir as propostas e oferecer para a comunidade universitária o que prometeu.”
Próximas etapas
Ainda não há previsão de posse do novo reitor. Após a conclusão do processo de consulta à comunidade universitária, o Conselho Universitário (CUn) indica uma lista tríplice com três candidatos hierarquicamente elencados para escolha da Presidência de República, que é responsável por nomear os dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior.
No primeiro debate entre os candidatos, eles manifestaram que não aceitariam ser indicados pela Presidência da República se não fossem os mais votados na consulta à comunidade universitária.
Gabriel Martins e Daniela Caniçali/Agecom/UFSC
Fotos: Henrique Almeida/Agecom/UFSC