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Laboratório da UFSC Blumenau integra projeto vencedor de competição nacional

08/10/2024 14:42

Parte da equipe do MagChill

O Laboratório de Magnetismo e Materiais Magnéticos (Lab3M) da UFSC Blumenau integra um projeto que foi o vencedor da competição nacional Falling Walls Lab Brazil 2024. A final da edição deste ano foi realizada no dia 27 de setembro, em Recife, Pernambuco. O projeto MagChill é coordenado pelo Polo - Laboratórios de Pesquisa em Refrigeração e Termofísica da UFSC Florianópolis.

A ideia da competição é premiar projetos inovadores que “derrubem muros” em ciência e tecnologia. O evento deste ano recebeu a inscrição de 74 projetos de todo o Brasil, dos quais 15 foram selecionados e foram apresentados para uma comissão composta por sete jurados. O coordenador do projeto vencedor, Guilherme Fidelis Peixer, irá apresentá-lo para um júri internacional em Berlim, na final global do Falling Walls Lab, em novembro. Ele irá representar o Brasil junto a competidores de todo o mundo.

O professor Guilherme Fidelis Peixer vai apresentar o projeto para um júri internacional em Berlim, na Alemanha, em novembro. Foto: Claudio Ebson da Silva Santos

O projeto premiado, o MagChill, propõe o uso de magnetismo para refrigeração e aquecimento com alta eficiência, evitando o uso de fluidos que prejudicam o meio ambiente e eliminando o risco de vazamentos, com baixo consumo de energia e possibilidade de reciclagem dos materiais utilizados. O sistema foi desenvolvido e é controlado com técnicas de inteligência artificial. Saiba mais sobre o projeto clicando aqui.

Cristiano da Silva Teixeira, professor da UFSC Blumenau que atua no Lab3M, conta que receber a premiação deu uma sensação de dever cumprido. “Nos propusemos a desenvolver o primeiro sistema de refrigeração magnética do mundo com nível de maturidade tecnológica 6 (TRL-6), ou seja, em um ambiente relevante de aplicação. E talvez os resultados mais importantes, além das publicações e patentes geradas, são as inúmeras pessoas formadas nos mais diferentes níveis, desde iniciação científica até doutores”, avalia. “Sempre que recebemos reconhecimentos, como a premiação em questão, é motivo de muita alegria”, completa o professor.

Novos integrantes

O Lab3M está em busca de novos integrantes para atuarem nas áreas de Engenharia de Materiais, Engenharia de Controle e Automação e Química. O laboratório busca alunos que tenham interesse em desenvolver atividades de iniciação científica, de estágio acadêmico, trabalhos de conclusão de curso ou ainda trabalhos de mestrado. No site do Lab3M é possível acessar os formulários para contato, para alunos de graduação e de pós-graduação.

O laboratório foi criado para atender uma grande demanda de desenvolvimento de atividades de pesquisa e de extensão na cidade de Blumenau e região, principalmente na área de magnetismo e de materiais magnéticos. Neste contexto, a equipe do laboratório está em constante envolvimento com projetos que permitam a universidade contribuir para avanços científicos e tecnológicos, bem como no estreitamento da relação entre a instituição e o setor industrial.

Daiana Martini/Serviço de Comunicação UFSC Blumenau, com informações da DWIH São Paulo

Tags: Engenharia de Controle e AutomaçãoEngenharia de MateriaisLab3MPesquisapremiaçãoQuímica

Professora seleciona interessados em atuar em projetos de pesquisa

17/09/2024 15:58

A professora Cristina Luz Cardoso, do Departamento de Engenharia de Controle, Automação e Computação (CAC) da UFSC Blumenau, está com inscrições abertas para estudantes interessados em atuar em projetos de pesquisa, com bolsa ou de forma voluntária. Para todas as vagas, as inscrições devem ser feitas até o próximo domingo, dia 22 de setembro.

A bolsa de iniciação científica será para atuar no projeto “Acessibilidade de aplicativos móveis por pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - TDAH”. Para se inscrever, é necessário ser aluno das Engenharias, preferencialmente entre a 3ª e a 7ª fase; ter IAA igual ou superior a 6,0; não ter previsão de concluir o curso em 2024 ou 2025; ter conta no Banco do Brasil; ter habilidade na leitura de publicações científicas e escrita de artigos. O valor da bolsa é de R$ 700 mensais. Para fazer sua inscrição, clique aqui.

Já as vagas de voluntários são para atuar no projeto “Acessibilidade na perspectiva da experiência do usuário: o caso do Sistema para Autoavaliação Institucional - UFSC”. Para se inscrever, é necessário ser aluno das Engenharias, preferencialmente entre a 3ª e a 7ª fase; ter IAA igual ou superior a 6,0; e não ter previsão de concluir o curso em 2024 ou 2025. Para fazer sua inscrição, clique aqui.

Para mais informações sobre as vagas, clique aqui.

Daiana Martini/Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

Tags: bolsainiciação científicaPesquisa

UFSC Blumenau tem projetos aprovados na Chamada Universal do CNPq

01/12/2023 13:08

Atualizada em 01/12/2023 às 17h26

O Campus Blumenau da UFSC teve três projetos aprovados na Chamada Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que é destinada a projetos de grupos emergentes e consolidados de qualquer área do conhecimento. Juntos, os três projetos receberão um investimento de R$ 250 mil. O resultado final da chamada foi publicado nesta quinta-feira, dia 30 de novembro.

A Chamada Universal recebeu 9.757 propostas, das quais 2.751 foram aprovadas. O investimento total será de R$ 300 milhões. Os valores recebidos pelos projetos poderão ser aplicados em itens de custeio, capital e bolsas de pesquisa nas modalidades Iniciação Científica (IC), Iniciação Tecnológica Industrial (ITI), Desenvolvimento Tecnológico Industrial (DTI) e Apoio Técnico (AT).

Confira abaixo mais informações sobre cada projeto:

Título do projeto: Materiais cerâmicos para aplicações ópticas
Investimento: R$ 35 mil
Coordenadora: Laura Ximena Lovisa Oliveira
Coordenadoria Especial de Engenharia de Materiais
Outros participantes: Lara Fernandes dos Santos Lavelli, Lorena Raphael Rodrigues, Luciana Maccarini Schabbach.
Resumo: A proposta de pesquisa tem como objetivo a obtenção e caracterização óptica e mecânica de alguns materiais cerâmicos e vitrocerâmicas, bem como a análise da possibilidade de aplicação destes em dispositivos ópticos, focando nas propriedades de fotoluminescência e transparência, além da aplicação em fotocatálise.
Como o dinheiro será aplicado: compra de equipamentos e reagentes.

Título do projeto: Fabricação de máscaras faciais biodegradáveis e multifuncionais para substituição de máscaras convencionais
Investimento: R$ 110 mil
Coordenadora: Claudia Merlini
Programa de Pós-Graduação em Nanociência, Processos e Materiais Avançados (PPGNPMat)
Outros participantes: Professoras do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Têxtil, Andrea Cristiane Krause Bierhalz, Cristiane da Costa e Fernanda Steffens. Além disso, conta com a colaboração de pesquisadores internacionais do Institut National des Sciences Appliquées Lyon, França e do Technische Universität Bergakademie Freiberg, da Alemanha, bem como da Universidade Regional de Blumenau (FURB).
Resumo: Durante a pandemia de Covid-19, a alta demanda por metodologias não farmacológicas para prevenção e contenção da propagação do coronavírus, como o hábito da utilização de máscaras faciais, levou ao elevado consumo destes produtos. Como consequência, estima-se que bilhões de máscaras faciais já foram descartadas de maneira inapropriada e somado a isso, a má gestão desses resíduos, levará a uma grande carga de poluição nos ecossistemas aquáticos. Essas máscaras são produzidas a partir de polímeros sintéticos, como polietileno (PE) e polipropileno (PP), a partir da tecnologia de nãotecidos. A lenta degradação das fibras de PE e PP gera acúmulo de resíduos em aterros e muitas vezes na própria natureza, criando reservatórios de fragmentos, especialmente microplásticos, que são grandes agentes poluentes do meio ambiente. Dentro desse contexto, há uma necessidade de desenvolvimento de máscaras a partir de materiais mais sustentáveis, sem que haja comprometimento do desempenho das mesmas. Assim, esse projeto visa desenvolver máscaras faciais biodegradáveis a partir do uso de polímeros biodegradáveis, através de técnicas de desenvolvimento de nãotecidos, como eletrofiação e fiação no estado fundido. Adicionalmente, com o intuito de melhorar a eficiência das máscaras frente à ação de vírus, serão adicionadas nanopartículas de agentes antivirais.
Como o dinheiro será aplicado: compra de uma extrusora, equipamento necessário para a fabricação de filamentos utilizados na produção das máscaras.

Título do projeto: Modificação de polímeros sintéticos e naturais: caracterização e aplicações em sistemas ativos/inteligentes
Investimento: R$ 105 mil
Coordenador: Ismael Casagrande Bellettini
Programa de Pós-Graduação em Nanociência, Processos e Materiais Avançados (PPGNPMat)
Outros participantes: Daniela Brondani, Eduardo Zapp, Patrícia Bulegon Brondani, Larissa Nardini Carli, Lidiane Meier e José Wilmo da Cruz Júnior.
Resumo: O projeto busca modificar polímeros sintéticos e naturais a partir da introdução de grupos funcionais em sua estrutura, melhorando suas propriedades físico-químicas e citotoxicidade. A versatilidade destes polímeros funcionalizados possibilita aplicações em diferentes áreas de pesquisa e desenvolvimento, como alimentícia, ambiental e da saúde. Estes materiais possuem amplo uso no desenvolvimento de sistemas de sensoriamento químico/bioquímico e em embalagens inteligentes, permitindo a detecção de substâncias indesejadas em águas, bebidas e alimentos. Estas plataformas poliméricas também se mostram muito úteis quando há demanda pelo desenvolvimento a curto prazo de novos sistemas de detecção, especialmente quando se refere a detecção de propriedades físico-químicas, expressão de moléculas, biomarcadores de doenças e de poluição. Uma outra importante aplicação será a terapia genética, que é uma estratégia para direcionar a entrega de genes terapêuticos (DNA ou RNA) para células-alvo e é extremamente relevante em tratamentos de câncer.
Como o dinheiro será aplicado: compra de equipamentos e insumos para fomentar as atividades de pesquisa ligadas ao projeto.

Projeto com a USP

Além dos três projetos do campus, os professores Luiz Rafael dos Santos e Roger Behling, também participam de outro projeto contemplado, que reúne pesquisadores de diversas universidades e é coordenador por um professor da Universidade de São Paulo (USP). Seguem as informações abaixo:

Título do projeto: Métodos Computacionais de Otimização
Investimento: R$ 150 mil
Coordenador: Gabriel Haeser (USP)
Interinstitucional
Outros participantes: Roberto Andreani (IMECC-Unicamp), Roger Behling (UFSC e pós-graduação da EMAp-FGV), Ernesto G. Birgin (IME-USP), Luís Felipe Bueno (ICT-UNIFESP), Mituhiro Fukuda (CMCC-UFABC), Vincent Guigues (EMap-FGV), José Mario Martínez (IMECC-Unicamp), Alfredo N. Iusem (EMap-FGV), Daiana Oliveira dos Santos (EPPEN-UNIFESP), Luiz Rafael dos Santos (UFSC) e Leonardo Delarmelina Secchin (UFES).
Resumo: A Otimização é uma área da Matemática que se ocupa da minimização de funções e temas relacionados. Todos os paradigmas tradicionais da Matemática em termos de formalização e rigor se aplicam à Otimização, aos quais devem ser acrescentados preceitos da Computação. Mais ainda, é fundamental o envolvimento da Otimização em problemas das Ciências Aplicadas também na construção de modelos. Nossa proposta é avançar o conhecimento nestes três eixos, desenvolvendo teoria matemática que resulte em algoritmos mais eficientes e modelos mais precisos e adequados aos métodos de solução. Em particular, estamos interessados em estudar condições de otimalidade e qualificação que indiquem possíveis adaptações que acarretem melhor desempenho de algoritmos do tipo Lagrangiano Aumentado, Restauração Inexata, Programação Quadrática Sequencial, Programação Dinâmica, Programação Estocástica.  Pretendemos progredir nestes tópicos tanto em problemas clássicos quanto em Desigualdades Variacionais, Programação Cônica, Problemas de Equilíbrio, dentre outros. Várias aplicações devem ser abordadas com os algoritmos propostos, tais como Planejamento  Energético, Otimização Estrutural,  Empacotamento e  Cobertura, Impacto do Rompimento de Barragens, etc. Esperamos progredir também em técnicas de processos mais básicos, como otimização irrestrita ou com restrições de caixa, problemas de Quadrados Mínimos, e métodos de  Álgebra Linear Computacional, utilizados em nossos algoritmos principais. Sendo assim, pretendemos avançar no desenvolvimento de métodos Espectrais, do tipo Circuncentro, acelerações Quasi-Newton, Levenberg-Marquardt etc. Os membros da equipe têm um histórico de sucesso de como identificar uma oportunidade de melhoria em Métodos Computacionais de Otimização e para cada problema específico temos motivos para acreditar ser possível obter progresso. Como metodologia, seguimos o tradicional da área com demonstrações dos resultados teóricos e validação computacional dos mesmos.
Como o dinheiro será aplicado: com diárias e passagens com vistas a reuniões de pesquisa e de eventos científicos, bem como na aquisição de equipamentos computacionais de alto desempenho.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

Tags: chamada universalCNPqinvestimentoPesquisa

Divulgado o cronograma de apresentações do 6º Seminário de Iniciação Científica

23/10/2023 15:24

A Comissão Organizadora do 6º Seminário de Iniciação Científica do Campus Blumenau da UFSC (6º SIC-Blumenau) divulgou o cronograma de apresentações do evento, que acontece nesta terça e quarta-feira, dias 24 e 25 de outubro, a partir das 14h. O seminário será realizado de forma presencial, no Auditório Professor Fernando Ribeiro Oliveira.

O evento reúne trabalhos de iniciação científica do Campus Blumenau, tanto de bolsistas quanto de voluntários. O cronograma completo das apresentações está disponível no site do evento. Cada apresentação terá duração de 10 minutos.

Toda a comunidade acadêmica está convidada a assistir às apresentações. Haverá emissão de certificado para ouvintes, validável como atividade complementar. Para ter direito ao certificado, o participante deve comparecer em pelo menos 75% do evento e assinar as listas de presença.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

Tags: apresentaçãocronogramaPesquisaSIC-Blumenau

Cursos na área da saúde são os mais pedidos pela comunidade externa

19/10/2023 14:35

Cursos de graduação na área da saúde foram os mais solicitados pela comunidade externa na pesquisa realizada pelo Campus Blumenau da UFSC entre os meses de junho e julho deste ano. O resultado foi apresentado nesta quarta-feira, 18 de outubro, durante a reunião do Conselho da Unidade do Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação (CTE) da UFSC Blumenau.

A consulta pública externa iniciou em junho, com a aplicação de formulários específicos para estudantes de ensino médio das escolas de Blumenau e região e dirigentes do setor produtivo local. Em julho, foi realizada a última etapa, em que foi disponibilizado um formulário no site do campus para que a comunidade em geral também pudesse se manifestar.

Medicina e Psicologia foram os cursos mais pedidos. Se destacam também outras graduações na área da saúde, como Ciências Biológicas, Biomedicina, Fonoaudiologia, Nutrição, Educação Física, Fisioterapia/Terapia Ocupacional e Enfermagem. De acordo com o diretor da UFSC Blumenau, Adriano Péres, o resultado já era esperado. “Essa demanda se justifica porque não temos, aqui na nossa região, nenhuma vaga sequer em cursos gratuitos na área da saúde”, observa.

Como encaminhamento, o Conselho da Unidade aprovou a criação de comissões para elaboração de Projetos Pedagógicos para os cursos da saúde, em conjunto com o Campus Joinville, que também tem interesse em ofertar cursos nessa área no futuro. Também serão criadas comissões para cursos de Letras Bilíngues (Português/Alemão, Italiano, Espanhol, Inglês e Libras), com a possibilidade de consultar os Departamentos de Línguas do Campus Florianópolis para parcerias na elaboração dos projetos.

Além dos cursos da área da saúde e dos cursos de Letras, também foram citados nas pesquisas outros cursos, como Direito, Engenharia Civil, Medicina Veterinária, Agronomia e Artes. A deliberação do Conselho foi de que a criação desses cursos seja analisada em um segundo momento.

Outros projetos em andamento

Em 2016, foram realizadas consultas e audiências públicas para expansão da oferta de cursos na UFSC Blumenau. Na época, foram criadas onze comissões para elaboração de Projetos Pedagógicos para novos cursos, baseadas nos resultados dessas consultas. No entanto, o trabalho das comissões foi interrompido pela pandemia de Covid-19. Em abril deste ano, as comissões foram retomadas. Destas, quatro projetos já foram aprovados pelo Conselho da Unidade: Administração, Pedagogia, Ciência da Computação e Engenharia Química.

Depois de aprovados pelo Conselho da Unidade, os projetos são encaminhados ao Departamento de Ensino (DEN) da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) analisa as questões legais e encaminha para a Câmara de Graduação. A oferta de novos cursos em universidades federais depende ainda de autorização do Ministério da Educação (MEC), que é a mantenedora e deve garantir a estrutura e o orçamento necessários. “Nós queremos estar prontos. Quando o MEC abrir o credenciamento para a oferta de novos cursos, estaremos com os projetos já aprovados internamente”, explicou Adriano.

Para conferir o relatório completo apresentado na reunião, clique aqui.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

Tags: consulta externaexpansãonovos cursosPesquisa

Pesquisadora da UFSC Blumenau estuda como cidades podem se recuperar de desastres

16/10/2023 12:32

Chuvas fortes exigem ações rápidas e resiliência das cidades (Imagem de Kammy27 por Pixabay)

Usar indicadores para compreender as cidades e pensar em formas de torná-las mais resilientes e preparadas a possíveis desastres. As pesquisas da professora da UFSC Blumenau Franciely Veloso Aragão podem ajudar a orientar municípios para questões cada vez mais importantes em tempos de emergências climáticas. A mais recente delas foi publicada no International Journal of Disaster Risk Reduction, com pesquisadores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O estudo foi liderado pelas professoras Daiane Maria de Genaro Chiroli e Fernanda Cavicchioli Zola, da UTFPR.

A equipe usou como ponto de partida a norma técnica ISO 37123, que trata das cidades e comunidades sustentáveis, com indicadores para cidades resilientes. “Resiliência é a forma que uma cidade tem de reagir a possíveis riscos ou possíveis eventos catastróficos que ela possa sofrer. Então, para que a cidade seja resiliente, a gente sempre fala que ela precisa ser inteligente, porque ela precisa usar dados para conseguir prever esses possíveis riscos”, contextualiza a professora.

Esses dados podem ser obtidos e construídos a partir de variáveis estipuladas para possibilitar que a recuperação diante de desastres ocorra de uma forma rápida e sem prejuízos maiores.O grupo de pesquisadores reuniu estudos internacionais para mapear a evolução das pesquisas na área e identificar como essa questão é tratada pela comunidade científica do mundo todo.

“Para uma cidade ser resiliente, ela tem de ser inteligente também. Então, eu não consigo prever possíveis riscos se eu não tenho a capacidade de gerar e monitorar esses dados.Para ser inteligente, a cidade precisa conseguir captar dados e fazer com que gerem informações eficazes para prever possíveis desastres e se antecipar em relação a sua recuperação”, pondera Franciely.

Nos estudos analisados pelo grupo, há destaque para exemplos práticos. É o caso das cidades de Nova York e Taiwan. Na cidade dos Estados Unidos, por exemplo, pesquisadores indicam que, por estar muito exposta a interesses das elites, a cidade tem a sua infraestrutura verde condicionada às decisões dos residentes sobre pagar mais impostos por espaços resilientes e sustentáveis.

Em Taiwan, em contrapartida, estudos indicam que mesmo a região sendo suscetível a terremotos, a população não confia nas previsões e não se mostra disposta a pagar mais impostos pela política de redução do risco sísmico.”Hoje a gente tem muitas cidades ao redor do mundo que vem utilizando de muita tecnologia para fazer a antecipação desses desastres e o monitoramento de possíveis riscos dessas possíveis variáveis”, contextualiza a professora.

Tecnologia e indicadores como aliados

Ela explica que esses estudos levantados por seu grupo de trabalho tratam principalmente da utilização de tecnologias, como softwares e programas computacionais, para trabalhar no monitoramento das variáveis. “Dessa forma, é possível comunicar a população de forma praticamente imediata. Isso mostra que cidades ao redor do mundo, principalmente cidades que sofrem muito com desastres, estão utilizando dessa inteligência para se precaver e proteger a população”.

A pesquisadora também destaca o papel da sustentabilidade, já que, quando há características sustentáveis bem norteadas em um determinado espaço, as de resiliência urbana também costumam ser bem definidas. Para entender esses aspectos de forma sistemática é que se recorre aos indicadores. “Nós temos muitas cidades que se dizem sustentáveis e resilientes, mas muitas vezes elas não monitoram esses indicadores. E aí se tornam falhas”, pondera.

São José dos Campos é uma das cidades certificadas com a ISO das cidades resilientes (Foto: Cláudio Vieira, Prefeitura de São José dos Campos)

A norma técnica ISO 37123, foco do estudo do qual a professora participou, é a primeira que abrange um conjunto de indicadores voltados à cidades resilientes. Os pesquisadores explicam que ela surgiu em 2019, para auxiliar nos esforços de planejamento. “Este padrão internacional transmite definições precisas e referências avaliativas que padronizam os resultados esperados em relação às cidades resilientes e comunidades, fornecendo uma estrutura estruturada para dissecar os atributos de sistemas resilientes”, explicam, no artigo da International Journal of Disaster Risk Reduction.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que adaptou a norma à realidade brasileira, o objetivo principal da certificação é ajudar a atrair investimentos e impulsionar o desenvolvimento econômico com dados comparativos globais. O processo facilitaria a troca de informações e projetos através do compartilhamento de dados, permitindo comparações por meio de uma vasta gama de medidas de desempenho.

De acordo com a professora, diferentes cidades e regiões possuem diferentes problemas que podem ocasionar desastres ambientais. No caso do Sul, tanto as secas quanto as cheias costumam prejudicar as cidades e exigir respostas imediatas. “Essa alteração climática que provoca esses desastres ambientais acaba impactando de forma muito rápida as pessoas mais vulneráveis socialmente. Por isso, o foco desses estudos é prever e planejar como essas cidades precisam se tornar resilientes”.

Segundo o estudo, os próprios indicadores propostos na norma técnica são um caminho que as cidades podem percorrer para assumirem o compromisso com a resiliência baseada em dados. Articulando o eixo ambiental, social e econômico, a partir de indicadores relacionados desde ao planejamento urbano até o fornecimento de água, a pesquisa pode contribuir para que os municípios empreguem uma nova lente para se tornarem inteligentes, resilientes e sustentáveis.

Atualmente, o grupo de Franciely está desenvolvendo uma ferramenta de avaliação da maturidade das cidades com foco na sua sustentabilidade, inteligência e resiliência. “Essa ferramenta já está pronta e já foi testada em algumas cidades, então a gente vem estudando fortemente, principalmente com os alunos, em forma de pesquisa e criação de tecnologias”. Para os pesquisadores, conforme exposto na conclusão do estudo, “é necessário mais investimento para desenvolver a resiliência, particularmente na prevenção e recuperação de desastres, destacando os eixos sociais e ambientais do tripé da sustentabilidade e incentivando a participação da população nas decisões públicas”.

Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC

Tags: cidades inteligentescidades resilientesclimaPesquisa

Prorrogada a submissão de trabalhos para o 6º Seminário de Iniciação Científica

03/10/2023 09:18

Foi prorrogada até o dia 11 de outubro a submissão de trabalhos para serem apresentados no 6º Seminário de Iniciação Científica do Campus Blumenau da UFSC (6º SIC-Blumenau). O evento será realizado nos dias 24 e 25 de outubro, de forma presencial, no Auditório Professor Fernando Ribeiro Oliveira.

O SIC-Blumenau tem como objetivo intensificar a divulgação dos trabalhos de pesquisa realizados pelos estudantes de iniciação científica e tecnológica do Campus Blumenau. Todos os alunos envolvidos em projetos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) ou do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), como bolsistas ou como voluntários, podem inscrever seus trabalhos. A ideia é promover o debate e o intercâmbio de informações entre a comunidade acadêmica.

A apresentação dos trabalhos de pesquisa será feita de forma oral, cada uma com 10 minutos de duração. A divulgação do cronograma das apresentações está prevista para ocorrer até o dia 10 de outubro.

Haverá duas categorias de certificados: uma para os apresentadores de trabalho e outra para quem assistir às apresentações. No caso dos ouvintes, não é necessário realizar inscrição prévia, basta comparecer ao evento e registrar sua presença.

>>> Para inscrever seu trabalho de pesquisa, clique aqui.

Em caso de dúvidas, entre em contato com a Comissão Organizadora pelo e-mail 

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

Tags: eventoiniciação científicainscrições prorrogadasPesquisapibicpibitiSIC-Blumenausubmissão de trabalhos
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