Convite inicial para a campanha nas redes sociais
No mês de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher, e com isso, o Serviço de Comunicação do Campus Blumenau, em parceria com o Núcleo de Educação na Perspectiva das Tecnologias e Alteridade (NEPTA), elaborou uma série especial nas redes sociais da UFSC Blumenau, com início no dia 8 de março e encerramento no dia 30 do mesmo mês. O projeto consistiu em postagens com foto e uma breve história sobre a contribuição de diversas mulheres com atuação no campus, proporcionando uma maior visibilidade à sua trajetória.
O intuito foi democratizar o debate sobre a igualdade de gênero de maneira interativa, de modo a celebrar o Dia da Mulher sem romantizá-lo, mantendo o foco em sua dimensão histórica, política e científica. Anualmente, a data demarca um dia de mobilização pela desconstrução das assimetrias nas relações de poder entre homens e mulheres, denúncia e enfrentamento das violências de gênero, proposição de estratégias globais dedicadas à emancipação de todos na perspectiva da alteridade, assim como a contenção de retrocessos que ameaçam todo o progresso alcançado em diversos países, nas últimas décadas, em termos de igualdade jurídica na diversidade.
O convite à participação foi estendido às servidoras e estudantes. Ao todo, quinze aceitaram a proposta e representaram todas as outras mulheres incríveis que fortemente colaboram com a construção da UFSC em Blumenau - seja dentro ou fora da universidade - e que lutam, todos os dias, por uma sociedade mais justa e democrática.
A área científica encontra-se em constante avanço e mais mulheres se interessam e ingressam nela por meio da docência, projetos de extensão e pesquisa ou na pós-graduação. Porém, o peso histórico do acesso tardio das mulheres à educação superior e às posições de liderança mantém seus efeitos até hoje. As ciências ainda são predominantemente masculinas, com exceções para os campos considerados tradicionalmente “profissões de mulher” - como, por exemplo, pedagogia, enfermagem ou serviço social - o que evidencia uma naturalização das relações formativas e laborais. Portanto, grandes desafios ainda são enfrentados diariamente pelas mulheres para a sua inclusão e reconhecimento nos institutos de pesquisa, universidades e empresas.
Atualmente, a desigualdade de gênero pode ser observada nitidamente ao longo da pandemia de COVID 19, contexto no qual as mulheres estão enfrentando o aumento da violência doméstica durante o isolamento, sobrecarga de tarefas não remuneradas, desemprego e pobreza em todo o mundo. Ironicamente, algumas das respostas mais eficientes e exemplares de combate à pandemia COVID-19 foram lideradas por mulheres, segundo dados publicados pela ONU em 2020. Nações governadas por elas, como Nova Zelândia, Islândia, Taiwan e Alemanha são exemplos de resposta de sucesso na contenção da pandemia. No entanto, quando falamos especificamente do setor de saúde global, as mulheres representam apenas 30% das lideranças.
Para a equipe da Comunicação UFSC Blumenau e do NEPTA que coordenou a ação, “além de uma homenagem, deixamos aqui um convite a todos para refletirmos e agirmos de forma a mudar esse cenário. A desigualdade de gênero afeta a todos(as): mulheres, homens e pessoas não binárias. Além disso, limita os homens a funções supostamente destinadas ao campo da masculinidade, tomada de maneira estereotipada, sem que possam ter a possibilidade de seguir caminhos que não são socialmente percebidos como próprios dos homens. A desigualdade e a violência de gênero são estruturais em uma sociedade tão misógina como a brasileira e cabe a nós construirmos relações ancoradas na alteridade todos os dias, nos diversos contextos em que atuamos. Sem isso, não há efetivação dos direitos humanos. Portanto, essa não é uma luta só das mulheres: é uma luta coletiva. Finalizamos com nosso profundo agradecimento a todas que, por meio de suas histórias inspiradoras, nos mostraram o que o dia 8 de março realmente significa”.
Veja as imagens da campanha:
(Texto: Camila Collato, Isabelle Kuehlewein, Karol Buttchewits e Renata Orlandi/UFSC Blumenau)