Professores da UFSC Blumenau participam do 9º Encontro do Hotel de Hilbert
Professores do Departamento de Matemática da UFSC Blumenau participaram, na semana passada, do 9º Encontro do Hotel de Hilbert (EHH), evento que reuniu 160 crianças medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) para uma semana de muita Matemática e diversão. O evento foi realizado de 22 a 25 de abril, em Natal, no Rio Grande do Norte.
O encontro é promovido pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). "O objetivo do EHH é manter acesa a chama Matemática nesses jovens que se destacam na OBMEP, além de premiá-las com esta viagem incrível, afinal, todos os custos são pagos pela organização do evento", conta o professor Felipe Vieira, que fez parte do comitê científico do evento.
A professora Louise Reips também participou do comitê científico pelo terceiro ano consecutivo. Ela conta que organizar o evento é muito gratificante. “As atividades/oficinas são centradas em diversas áreas da Matemática e escolhidas com muito cuidado pelo comitê científico, ao qual digo, com orgulho, que faço parte. Ademais, o evento possui também um caráter de inclusão, visto que escutamos com frequência frases como ‘nunca fiquei num hotel antes’ e ‘nunca tive a oportunidade de viajar de avião’, o que torna o EHH um evento singular para os estudantes", afirma.
O evento também promove o reencontro de professores entusiastas e divulgadores de Matemática. Três docentes da UFSC Blumenau apresentaram oficinas para os jovens: André Vanderlinde da Silva com a oficina Mágicas matemáticas: truques e um pouco mais; Eleomar Cardoso Júnior que falou sobre Mensagens cifradas: vamos brincar de criptografar?; e Daniel Fagundes, com a oficina Buracos negros: o que são e que segredos do universo guardam?. "Ministrar uma oficina no Encontro do Hotel de Hilbert proporciona o convívio com o interesse espontâneo pela Matemática e o respeito genuíno pela atuação docente. Além disso, impressiona, em muitos casos, a maturidade intelectual e emocional dos participantes", relata o professor André.
Quinze jovens de Santa Catarina participaram do evento, sendo três de Blumenau. "O EHH sempre consegue fazer algo que para muitos parece impossível: juntar matemática e diversão! Lá conseguimos estudar bastante, sem nos sentirmos cansados e muito menos entediados. Com os problemas do dia - desafios propostos durante a semana - aprendemos que o ato de pensar nas questões matemáticas não precisa ser necessariamente uma prática solitária, e que é possível, desejável e prazeroso encontrar as soluções por meio da colaboração. De forma dinâmica o EHH ensina, cativa e motiva os estudantes a continuarem no caminho da matemática. A gente entende que a matemática tem uma beleza própria, que é diferente das fórmulas estáticas que a gente costuma estudar na escola", conta Lia Rebecca Andreaus, medalhista da OBMEP que participou do EHH pela segunda vez.
Karolini Savitski Cieslinski conta que participar do Encontro do Hotel de Hilbert foi uma experiência maravilhosa. “Tive a oportunidade de viajar de avião pela primeira vez e foi muito bom conhecer estudantes de todo Brasil que realmente têm interesse pela Matemática. Os professores realizaram aulas, palestras, oficinas e gincanas incríveis para os alunos. O EHH vai ficar marcado na minha memória para sempre, agradeço muito a OBMEP por tudo que ela me proporciona, e também aos professores Felipe e Louise que nos acompanharam e orientaram em toda viagem", disse.
Por que “Encontro do Hotel de Hilbert”?
O encontro foi inspirado no “Hotel de Hilbert”, um paradoxo exposto pelo alemão David Hilbert (1862-1943). O matemático apresentou a analogia de um hotel com quartos infinitos sempre lotados, com um hóspede em cada quarto. Sempre que chega um novo cliente, o gerente pede que os hóspedes mudem para o quarto seguinte. Em linguagem matemática, com a nova chegada, o hóspede do quarto ‘n’ pula para o quarto ‘n+1’ e assim sucessivamente. Ou seja, apesar de estar sempre lotado, sempre há vagas no Hotel de Hilbert.
Serviço de Comunicação UFSC Blumenau, com informações e fotos do professor Felipe Vieira
