Com o objetivo de atender estudantes – da Educação Infantil à pós-graduação –, servidores docentes e técnico-administrativos e trabalhadores terceirizados de seus cinco campi, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) instituiu sua Política Intersetorial Permanente de Saúde Mental, Atenção Psicossocial e Promoção da Saúde. Aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário (CUn) no último dia 31 de março, a política torna permanente iniciativas como o Acolhe UFSC, projeto que atua no acolhimento psicossocial à comunidade UFSC, em pesquisas sobre a saúde mental da comunidade universitária e na divulgação de ações e serviços de acolhimento.
A ideia é que a política promova a integração de ações produzidas na UFSC e constitua um espaço institucional de referência e integração para a atenção psicossocial e de promoção da saúde. Também estão entre seus objetivos a instituição de uma rede de atenção e de mecanismos de avaliação da própria política, bem como o estímulo a atividades de ensino, pesquisa e extensão e a contribuição para uma universidade democrática, equitativa, acessível, inclusiva e saudável.
A secretária de Ações Afirmativas e Diversidades da UFSC, Francis Solange Vieira Tourinho, explica que a origem da política remete ao Comitê de Combate à Pandemia da Covid-19, instituído em maio de 2020 por meio da Portaria nº 360/2020/GR. Vinculada a esse comitê, foi criada também a Comissão Permanente de Monitoramento da Saúde Psicológica Universitária, responsável pela implementação do Acolhe UFSC.
Entre as ações desenvolvidas no âmbito do projeto, além dos atendimentos individuais e em grupo, destaca-se a pesquisa Estilos de vida e saúde mental da população da UFSC em tempos de covid-19. Realizado em fevereiro e março de 2021, o levantamento deixou claro que toda a comunidade universitária percebeu prejuízos psicossociais significativos relacionados à pandemia e suas exigências de distanciamento social, trabalho e aulas remotas. 73,3% dos respondentes perceberam uma piora no seu estado de saúde física e mental. Estudantes de pós-graduação foram os que relataram maiores índices de sofrimento psíquico. No que diz respeito ao gênero, mulheres cis e pessoas com identidade transgênero foram as que perceberam impactos mais significativos na saúde mental.
Segundo Francis, que é também coordenadora da Comissão Permanente de Monitoramento da Saúde Psicológica Universitária, os dados da pesquisa e as experiências de acolhimento psicossocial e de interlocução com vários setores da UFSC mostraram como esse tipo de trabalho é fundamental, para além do período de pandemia. “[A Comissão] se faz necessária como ação contínua de atenção e cuidado à saúde na Universidade, dada a centralidade das questões psicossociais relacionadas às experiências advindas do mundo acadêmico, das condições de ensino-aprendizado, das condições de trabalho e dos processo laborais na UFSC”, afirma a secretária.
A nova política compreende nove eixos temáticos: universidade promotora de saúde; prevenção de riscos e danos (abuso de substâncias psicoativas, suicídio, sofrimento psíquico, luto); atenção a crises e urgências; acolhimento, cuidado psicossocial, redução de danos, recovery e ações em rede; combate à violência institucional (trote, bullying, assédio moral, assédio sexual, racismo, desigualdades de gênero, LGBTQIA+fobia, iniquidades socioeducativas); prevenção de riscos e promoção da saúde a partir da integração acadêmica e do enfrentamento ao fracasso escolar na educação superior; comunicação, apoio de mídia e divulgação de ações e serviços; avaliação de ações, projetos e programas de saúde mental, atenção psicossocial e promoção de saúde para a comunidade universitária; sensibilização da comunidade da UFSC para a formação continuada no campo da atenção psicossocial.
A política será conduzida pelo Comitê Intersetorial Permanente de Saúde Mental, Atenção Psicossocial e Promoção de Saúde. Vinculado ao Gabinete da Reitoria, ele será composto por representantes da Secretaria de Ações afirmativas e Diversidades (Saad), das pró-reitorias de Assuntos Estudantis (Prae), de Graduação (Prograd), de Pós-Graduação (PROPG) e de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas (Prodegesp), do Colégio de Aplicação (CA), do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), do Diretório Central dos Estudantes (DCE), da Associação dos Pós-Graduandos (APG), do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc) e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Santa Catarina (Sintufsc), além de professores e técnicos administrativos especialistas nas temáticas contempladas. Os membros ainda serão nomeados pela reitoria.
Acolhimentos psicossociais
Disponível para estudantes e servidores, o Acolhe UFSC é uma das frentes para fazer a divulgação centralizada das ações e setores que promovem acolhimento psicossocial. No site e no Instagram, é possível encontrar serviços e projetos distribuídos por campus, com a especificação do público atendido. Dentre esses serviços, destacam-se os Psicólogos Voluntários, que oferecem atendimentos individuais e em grupo, abertos à comunidade universitária. Acesse as informações e inscreva-se aqui.
Outra iniciativa disponível para toda a comunidade universitária é o Serviço de Atenção Psicológica (Sapsi), que oferece possibilidades de acolhimento psicológico e psicoterapia, individual ou em grupo, para a comunidade universitária. Mais informações podem ser obtidas no site do Serviço.
Servidores técnico-administrativos e docentes também têm acesso a atendimento de psicólogos por meio do Departamento de Atenção à Saúde (DAS/Prodegesp). O agendamento com as psicólogas pode ser feito por e-mail, para ou . O DAS conta, ainda, com assistentes sociais que fazem o atendimento individual dos servidores. Para agendar atendimento, basta entrar em contato pelo telefone 48 3721-4270 ou pelo e-mail .
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