Estudantes do curso de Engenharia Têxtil desenvolvem produtos em parceria com a Associação Blumenauense de Deficientes Físicos
Os estudantes da 6ª fase do curso de Engenharia Têxtil da UFSC Blumenau desenvolveram produtos em parceria com a Associação Blumenauense de Deficientes Físicos (Abludef). A atividade fez parte da disciplina Introdução ao Design e Moda, a qual comporta de forma articulada a Prática Curricular de Inovação, Desenvolvimento Regional e Interação Social (Pidris). Neste semestre, a disciplina foi desenvolvida totalmente de forma remota.
Sob a orientação da professora Grazyella Cristina Oliveira de Aguiar, os alunos apresentaram possibilidades de produtos criados a partir das premissas do Design Universal e do Design Inclusivo. “O Design Universal aplicado ao desenvolvimento de produto incide em artigos que possam ser utilizados por todas as pessoas, na sua máxima extensão possível, ou seja, por pessoas com ou sem deficiência”, explica a professora.
Logo no início do semestre foi realizada uma live com a diretoria da Abludef, o que possibilitou aos alunos conhecerem um pouco do dia a dia da instituição, a missão, a visão, as principais mudanças que ocorreram com a pandemia e algumas demandas pontuais que eles poderiam trabalhar e tentar aplicar em um projeto.
Para tentar entender as reais necessidades de alguns associados, em especial questões voltadas à usabilidade de alguns produtos têxteis como calçados, acessórios e vestuário, foram aplicados questionários eletrônicos com os associados da Abludef. A partir das respostas recebidas, foi possível criar três projetos, que foram apresentados para a presidente da entidade, Maria Helena Mabba, no dia 11 de dezembro, por meio de uma videoconferência.
As acadêmicas Ana Julia Correia de Araujo e Lissa Machado Siqueira apresentaram propostas de bolsas, levando em consideração as questões apontadas por alguns associados e escolhendo aviamentos, formas e materiais que pudessem tornar o uso do acessório mais prático e confortável ao dia a dia, empregando sutileza de detalhes capaz de fazer a diferença para o usuário.
Já as estudantes Ana Paula Prestes Schmidt e Fabiane Gomes de Oliveira desenvolveram peças de vestuário que foram criados a partir de alguns pontos relatados por associados, tentando proporcionar maior liberdade e autonomia ao vestir as peças criadas.
Os acadêmicos Leonardo Melo Medeiros Rutssats e Pedro Henrique Rausch apresentaram propostas de uniformes para o time de basquetebol sobre rodas da associação. Todos os modelos respeitaram as informações descritas pelos atletas para tentar proporcionar uma melhor performance esportiva. Além disso, foram observadas as Regras Oficiais de Basquetebol em Cadeira de Rodas, desenvolvidas pela Federação Internacional de Basquete em Cadeira de rodas (IWBF - International Wheelchair Basketball Federation).
Leonardo conta que a participação na prática curricular foi de extrema importância para o seu aprendizado, tanto no aspecto profissional como no pessoal. “Ao interagir com os associados da Abludef e conhecer suas dificuldades, conseguimos desenvolver este projeto com outra visão, aplicando a ele aspectos tecnológicos (que já são esperados), mas também os sentimentos nossos e principalmente dos associados. Foi extremamente gratificante ter a oportunidade de desenvolver este projeto social, pois além de aplicar o nosso aprendizado, temos a oportunidade de vivenciar e aprender sobre as dificuldades encontradas por pessoas com deficiência física”, avalia o aluno.
A professora Grazyella conta que as propostas agora serão transformadas em um projeto de extensão. “A partir de agora, busca-se o patrocínio de algumas empresas da região para tentar colocar as propostas em prática, gerando uma parceria em que todo mundo ganha: ganha a empresa que patrocinar os produtos, pelo marketing positivo e possibilidade de redução de impostos; ganham os associados que podem ter produtos mais confortáveis e de acordo com as suas necessidades, facilitando o seu dia a dia; e ganham os alunos, que veem seus projetos serem concretizados”, conta.
(Daiana Martini/Comitê de Comunicação UFSC Blumenau, com informações da professora Grazyella Cristina Oliveira de Aguiar)