Conselho da Unidade homenageia servidores do campus em sessão solene

27/10/2022 16:38

Na tarde desta quarta-feira, 26 de outubro, o Conselho da Unidade do Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação (CTE) da UFSC Blumenau realizou uma sessão solene em homenagem a servidores do campus. O evento foi realizado no Auditório Professor Fernando Ribeiro Oliveira e contou com a presença dos conselheiros, do diretor geral do gabinete do reitor, professor João Luiz Martins, dos homenageados, seus familiares e amigos, além de servidores e alunos.

O diretor da UFSC Blumenau e presidente do Conselho, professor Adriano Péres, agradeceu a presença de todos e ressaltou que cada um dos homenageados deixou sua marca, contribuindo de alguma forma para a história do Campus Blumenau. “Quando um servidor nos deixa, seja por aposentadoria ou por uma perda precoce, outros servidores acabam assumindo suas atribuições. Mas a forma como aquela pessoa agia é insubstituível. É essa forma de ser, de agir, de se comportar que fica na nossa memória, que nos marca. É isso que nos diferencia das demais pessoas. E é isso que queremos homenagear hoje: aquela marca que cada pessoa nos deixou”, disse Adriano.

Homenagens aos aposentados

A aluna do curso de Engenharia de Materiais Luana Magnani proferiu o discurso de homenagem ao professor Marcio Rodrigo Loos em nome de todos os bolsistas e voluntários que já atuaram no Laboratório de Ciência, Tecnologia e Inovação (LabCTI), criado pelo professor Marcio. Ela relatou que sua primeira oportunidade para atuar como bolsista de um projeto foi sob a supervisão dele. “O professor Loos abriu as portas para um ambiente totalmente novo para mim. Ele era um desafiador dos seus bolsistas. Trabalhando com ele desenvolvi diversas habilidades que nunca imaginei aprender na Universidade. O senhor preparou seus alunos e bolsistas para serem independentes. Foi uma inspiração para mim e para todos os demais bolsistas e estudantes que tiveram a oportunidade de conhecer o profissional e a pessoa que o senhor é”, disse Luana.

Na sequência o homenageado fez uma fala de agradecimento, contando brevemente a sua trajetória profissional e acadêmica, desde a graduação até o doutorado na Alemanha e o pós-doutorado nos Estados Unidos. Ele relatou também o motivo do encerramento precoce de sua carreira, em 2017, quando um acidente de trânsito quase lhe tirou a vida. “No dia do acidente, mais de 50 pessoas da UFSC Blumenau foram doar sangue para me salvar. Estou em recuperação até hoje. Já fiz quatro cirurgias no joelho e sou obrigado a usar muleta até novembro, mas estou tocando a vida como dá, firme e forte. Muito obrigado pela presença de todos”, disse o professor.

A servidora Giullia Pimentel iniciou então o discurso em homenagem a Milton Umberto da Silva, que foi um dos primeiros servidores técnicos-administrativos do Campus Blumenau da UFSC e se aposentou em 2020. “Nosso campus começou muito bem com você, Milton. Ao mesmo tempo em que comemoramos com você a nova fase de aposentadoria, também sentimos muito a sua ausência por aqui. Quem conviveu com você aqui na UFSC compartilha nossa gratidão por você ter partilhado algo tão valioso conosco: seu modo genuíno de expressão humana no trato com as pessoas. Você sabe como ninguém, se oferecer humanamente em pequenos gestos”, disse Giullia.

Milton agradeceu a homenagem e ressaltou a importância de ter tido companheiros de trabalho que o acompanharam na sua jornada na UFSC Blumenau. “Sozinho eu não teria feito nada. Agradeço a colaboração que recebi de outros servidores, especialmente da Giullia. Sem ela, eu não conseguiria ficar. A implantação de um campus da Universidade Federal de Santa Catarina aqui em Blumenau era um terreno muito árido, e a gente tinha muita dificuldade em fincar raízes. Agradeço a todos que durante esses oito anos de UFSC Blumenau me deram apoio e a oportunidade de fazer o meu melhor”, disse.

Em seguida, o professor Luiz Rafael dos Santos proferiu sua mensagem ao servidor Walmor José Battistotti Filho, que atuou na UFSC Blumenau entre 2016 e 2017, mas já era servidor efetivo da UFSC desde 1980. “Era um tempo em que a estrutura de pessoal aqui no campus era bem escassa e as contribuições e a experiência anterior dele foram muito relevantes. Ele nos ensinou coisas sobre a UFSC que ninguém aqui no campus sabia”, revelou.

O servidor aposentado disse estar agradecido pelo reconhecimento de sua trajetória profissional. “Saí daqui com meu coração grato. Foi muito bom trabalhar na UFSC, onde fiquei por 38 anos. Durante esse período cresci muito. Tudo que vivi aqui me ajudou a formar quem eu sou hoje. Depois de tantos anos de dedicação, despeço-me com o coração cheio de carinho. Não é fácil dizer adeus depois de uma vida inteira dedicada ao trabalho, mas entendo que está na hora de descansar e dar prosseguimento a outros sonhos antigos. Uma nova etapa começa pra mim, espero que todos vocês possam vivê-la um dia”, declarou.

Homenagens in memoriam

O diretor geral do gabinete do reitor, professor João Luiz Martins, que foi diretor da UFSC Blumenau de 2016 até julho deste ano, foi o responsável pela homenagem à servidora Ana Paula Nascimento, que faleceu em 2021. Ele iniciou sua mensagem saudando os demais homenageados da sessão. “É difícil falar da Ana Paula, uma pessoa tão querida e especial. Lembramos com saudade da chegada dela ao campus, do começo, da sua luta para não decepcionar. Uma pessoa cuidadosa, sigilosa, muito capaz, mediadora, conciliadora, solidária, feliz, orgulhosa de ser servidora da UFSC. Uma amiga. Foi duro voltar ao trabalho presencial sem ela. Parabéns a toda a família por ter nos dado uma pessoa tão especial e que só trouxe coisas boas para esse mundo”, finalizou o professor João.

O professor Miguel Angelo Granato proferiu o discurso em homenagem ao professor Fernando Ribeiro Oliveira, falecido em 2020. “Falar sobre o Fernando ou lembrar dele é muito fácil. Difícil é chegar aqui todos os dias e não encontrar aquele cara sorridente nos corredores. A impressão que a gente tem é que vai dar de cara com ele de repente. Ele está sempre conosco. Fernando foi um grande professor e um ser humano sem igual. Exerceu sua profissão com carinho e dedicação. Foi um mensageiro da humildade e empatia, amigo de todos. Fernando sempre brilhará nas lembranças de todos nós”, disse, relembrando também a trajetória profissional do homenageado. A professora Catia Rosana Lange de Aguiar recebeu a placa de homenagem em nome dos familiares do professor Fernando.

Para falar sobre a professora Gestine Cássia Trindade, que faleceu em 2019, a servidora Zenira Maria Malacarne Signori fez uso da palavra. Ela contou que, além da relação de trabalho, também criou fortes laços de amizade com Gestine. “Tive o privilégio de acompanhá-la até o momento de sua partida. Gestine foi uma professora incrível, pesquisadora, inteligente, autêntica, criativa, generosa e polêmica. Ela amava contar suas histórias. Professora exigente, dotada de rigor científico, que visava não só a formação técnica dos estudantes, mas investia para que todos evoluíssem intelectual e culturalmente. Nós perdemos muito com a sua perda tão precoce, bem como a educação em geral”, disse.

Uma salva de palmas de todos os presentes marcou o final da sessão solene. O evento foi transmitido ao vivo e a gravação completa está disponível no canal da UFSC Blumenau no YouTube. Confira abaixo mais imagens das homenagens:

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

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Auditório do Campus Blumenau recebe nome do professor Fernando Ribeiro Oliveira

14/09/2021 09:17

Em solenidade realizada nesta segunda-feira, 13 de setembro, a UFSC Blumenau homenageou o professor Fernando Ribeiro Oliveira, dando seu nome ao auditório do campus. O evento foi realizado de forma on-line, transmitido ao vivo pelo canal da UFSC Blumenau no YouTube, e fez parte da celebração do Dia do Engenheiro Têxtil.

A professora Ana Julia Dal Forno, que foi a mestre de cerimônia, abriu a solenidade às 18h30, informando que a homenagem foi aprovada por unanimidade pelo Conselho da Unidade do Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação (CTE). O professor Miguel Angelo Granato, chefe do Departamento de Engenharia Têxtil, fez então a leitura do currículo do professor Fernando, citando várias de suas contribuições para o Campus Blumenau, entre elas a criação, aprovação e reconhecimento do mestrado em Engenharia Têxtil junto ao Ministério da Educação.

Na sequência, o diretor do Campus Blumenau e do CTE, professor João Luiz Martins, fez o descerramento virtual da placa com o nome do auditório, que passa a se chamar Auditório Professor Fernando Ribeiro Oliveira. “É com emoção que a gente presta essa homenagem, mas com tristeza que seja dessa forma. Jovens talentosos assim como o Fernando deveriam ser proibidos de partir do nosso convívio tão cedo. Seremos eternamente lembrados por aqueles que um dia nos amaram, portanto, com este ato, podemos dizer o seguinte: Professor Fernando, lembraremos sempre de você com muito carinho e muita alegria, e nós estaremos sempre juntos, lembrando da sua trajetória e da sua carreira, tão importantes para o Campus Blumenau ”, disse o diretor.

Para encerrar a solenidade, a professora Catia Rosana Lange de Aguiar, coordenadora do curso de Engenharia Têxtil, falou sobre a profissão e as características do profissional da área, todas elas muito presentes na personalidade do professor Fernando. Em seguida, apresentou um vídeo com depoimentos de amigos e alunos, que contaram um pouco sobre o impacto que a convivência com o professor Fernando teve sobre suas vidas.

O professor Fernando Ribeiro Oliveira faleceu precocemente aos 41 anos, em novembro de 2020, devido a problemas de saúde. Ele deixou sua esposa, a professora Fernanda Steffens, que também é docente do Campus Blumenau.

Além da solenidade de homenagem, o Dia do Engenheiro Têxtil também contou com duas palestras: uma com Fernando Valente Pimentel, presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit); e outra com Carlos Modolo, diretor da CTM Fios. Todos os vídeos do evento ficaram gravados e podem ser assistidos no canal da UFSC Blumenau no YouTube.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

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UFSC Blumenau celebra Dia do Engenheiro Têxtil com evento on-line e homenagem ao professor Fernando Ribeiro Oliveira

06/09/2021 13:22

Atualizada em 13/09/2021, às 9h50

Na próxima segunda-feira, dia 13 de setembro, o Campus Blumenau da UFSC comemora o Dia do Engenheiro Têxtil com um evento on-line, que contará com duas palestras e uma homenagem ao professor Fernando Ribeiro Oliveira, que faleceu em novembro de 2020. O evento inicia às 16h e poderá ser acompanhado pelo canal da UFSC Blumenau no YouTube.

O Dia do Engenheiro Têxtil é comemorado no Brasil no dia 12 de setembro, mas como este ano a data cai em um domingo, o evento será realizado no dia seguinte. O encontro é organizado pela coordenação do curso de graduação em Engenharia Têxtil e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Têxtil (PGETEX).

Confira abaixo a programação completa:

16h
Palestra: Situação atual da Indústria Têxtil, suas perspectivas e a importância da inovação, qualidade e tecnologia
Palestrante: Fernando Valente Pimentel, presidente do Conselho Administrativo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit)
Mediação: Selene Soares e Alexandre José Ferreira
Link para assistir: clique aqui

16h45
Palestra: Fios Têxteis: evolução das tecnologias sustentáveis
Palestrante: Carlos Modolo, diretor da CTM Fios
Mediação: Grazyella Cristina Oliveira de Aguiar e Rita de Cássia S. Curto Valle
Link para assistir: clique aqui

18h30
Solenidade de homenagem ao professor Fernando Ribeiro Oliveira
Link para assistir: clique aqui

Para mais informações, acesse o site diadoengenheirotextil.blumenau.ufsc.br.

Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

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Museu Angelo Spricigo concede homenagem à docente da UFSC Blumenau

10/05/2017 14:42

A Professora Gestine Trindade recebeu uma homenagem do Museu Angelo Spricigo. Seu nome agora marca um dos ambientes do local, que foi totalmente remodelado e reinaugurado no dia 22 de abril. Localizado em Concórdia, no oeste catarinense, o museu abriga a maior coleção de máquinas de costura do Brasil. São mais de 1.500 exemplares de 160 marcas diferentes, sendo 95 marcas únicas. São itens de diversos países: Brasil, Argentina, Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Checoslováquia, EUA, China, Japão e Hungria.

O reconhecimento foi resultado de pesquisa desenvolvida pela docente, com participação do estudante bolsista do curso de licenciatura em Química Darlei Daniel Hertel. Denominado “História, Trabalho e Educação: os ofícios na trajetória de Ângelo Spricigo (Urussanga/SC, 1915) e o patrimônio industrial do Museu Temático de Máquinas de Costura (Concórdia/SC)” o projeto objetiva analisar os processos sociais, de trabalho e de educação na trajetória de Angelo Spricigo e inventariar o museu temático.

Atualmente Gestine e Darlei estão finalizando a biografia de Spricigo, que deverá ser lançada em abril de 2018, mês do aniversário de 103 anos do biografado. Para conhecer um pouco mais sobre a pesquisa e sobre a trajetória do Sr. Spricigo, eles conversaram com a equipe de comunicação da UFSC Blumenau.

O que despertou o interesse pelo trabalho e história do Senhor Angelo?

Gestine – A relação entre “trabalho e educação” é a minha principal linha de pesquisa. O projeto se insere na temática das corporações de ofício (associações existentes na Idade Média, que reuniam trabalhadores [artesãos] de uma mesma profissão). Desenvolvi parte da pesquisa do doutorado na Itália, país em que as corporações de ofício eram muito presentes e de onde vieram muitos dos imigrantes que se fixaram em Santa Catarina. Esses processos práticos de trabalho, de característica medieval, repercutem, até hoje, na formação de diversas profissões nas universidades, inclusive na formação da nova geração de professores. O Sr. Spricigo é natural de Urussanga, nasceu em 1915 e é filho de imigrantes italianos. Em junho de 2013, lendo o jornal, me deparei com uma matéria sobre ele. Fiquei interessada em conhecê-lo, investigar a sua trajetória profissional e, de modo particular, me instigou o fato de um “homem comum”, com baixo nível de escolarização, que conseguiu desenvolver a consciência da preservação do patrimônio industrial, da tecnologia, do trabalho e dos trabalhadores.

Como surgiram as máquinas de costura neste contexto?

Gestine – Spricigo aprendeu o ofício de sapateiro ainda na infância. Ele já era sapateiro quando, em 1945, se mudou para Concórdia e lá instalou a oficina de produção de calçados. Vale lembrar que, no mesmo período, em 1944, a Sadia foi fundada em Concórdia. Ele chegou a confeccionar botas para os trabalhadores do frigorífico e sapatos para o proprietário da empresa, o Atílio Fontana. Mas então, com o avanço da produção industrial de calçados, os sapateiros passaram a se dedicar tão somente ao conserto. Foi quando Spricigo deixou o ofício para se tornar pedreiro. Após, nos anos de 1970, diante da aposentadoria, ele iniciou o acervo de máquinas de costura consertando duas máquinas que tinha em casa, que eram da esposa Maria. Ele começou como um hobby, uma forma de ocupação do tempo.

Como ele foi constituindo o acervo?

Gestine – Doações, algumas compras e também em ferros-velhos. Todas as máquinas em exposição hoje estão consertadas e catalogadas, inclusive com placas descritivas.

Quem auxilia nesta manutenção?

Gestine – Essencialmente os netos e filhos, que tiveram a sensibilidade e a competência de preservar a coleção e dar continuidade ao trabalho do avô. Existe um esforço para que o museu passe para tutela de uma universidade, no caso, há interesse de que a UFSC tome a frente desse processo, inclusive com transferência de parte do acervo para a região de Blumenau, onde há forte tradição têxtil. Isso sem mencionar as possibilidades de pesquisa nos campos histórico, tecnológico e educacional proporcionadas pelo museu.

Como está o processo de elaboração da biografia?

Darlei – No momento estou responsável pelas transcrições dos áudios das entrevistas feitas com o Sr. Spricigo, que somam horas. A tarefa é minuciosa. Finalizando essa etapa, se tudo ocorrer bem, pretendemos organizar o livro da biografia e lançá-lo em abril de 2018, quando o Angelo completará 103 anos.

Qual(is) contribuições vocês identificam com a descrição da trajetória do biografado?

Darlei – Especialmente a preocupação histórica do Angelo. Hoje nós olhamos para as coisas, objetos comuns do cotidiano, sem atribuirmos valor sócio-histórico para elas.

Gestine – É um retrato particular das profissões de ofício que estão em desaparecimento, tais como alfaiates, sapateiros etc., e que precisam ser registradas porque é a história do trabalho e dos trabalhadores.

E vocês identificam algo de positivo na perpetuação destes traços de ofício sobre as profissões atuais?

Gestine – De forma alguma, por serem resquícios medievais. O avanço qualitativo da educação brasileira passa pela formação de professores atuais ao seu tempo. Não superaremos o atraso das ideias pedagógicas sem a explicitação e a compreensão deste fenômeno.

(Texto: Comunicação UFSC Blumenau. Fotos: Museu Angelo Spricigo)

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