A UFSC Blumenau esteve presente no Feirão de Empregos para Pessoas com Deficiência e Reabilitados Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), realizado no dia 21/09, no Complexo Esportivo do Sesi, em Blumenau. A iniciativa inseriu-se na programação da Semana Inclusiva de Blumenau e Região, promovida pela Rede de Inclusão, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Comped), Ministério Público do Trabalho (MPT), Secretaria de Inspeção do Trabalho e Ministério da Economia. O evento contou com cerca de cem estandes, com ofertas de inserção no mercado de trabalho, oportunidades de cursos técnicos e superiores, atividades lúdicas e artístico-culturais, bem como oportunidades de acesso a informações sobre outros setores ou instituições sociais.
A UFSC Blumenau contou com um estande e aproximadamente vinte voluntários, entre discentes e servidores, os quais colaboraram tanto na organização do evento, quanto na divulgação da Universidade para os participantes. Foram feitas apresentações de trabalhos de conclusão de curso (TCCs), projetos de extensão e pesquisa de caráter inclusivo - apresentados pessoalmente e em vídeo com tradução em LIBRAS - materiais pedagógicos elaborados para pessoas com deficiência visual e projetos desenvolvidos pelos cursos de Engenharia de Materiais, Engenharia Têxtil, Licenciatura em Química e Licenciatura em Matemática do Campus.
Os voluntários da UFSC também auxiliaram nas intervenções artísticas do evento, como shows musicais, declamação de poesias e espetáculos de dança, apresentados por artistas locais. Para as performances musicais, um grupo de estudantes da universidade, com auxílio de intérpretes da UFSC de Blumenau e do IFSC de Gaspar, fez a tradução em LIBRAS de algumas canções. Também estiveram presentes dezesseis artistas que integram o Coletivo Laboral Multicultural de Experimentações e Intervenções Artísticas (COLMEIA), em mais uma parceria com a UFSC Blumenau na Rota de Arte Acessível.
Extensão - A participação dos estudantes da UFSC e do COLMEIA nesta edição do Feirão foi viabilizada por meio de uma ação do projeto de extensão Direitos Humanos e Diversidade: Arte, Ciência e Tecnologias em Movimento para uma Educação Alterizante, coordenado pela professora Renata Orlandi e desenvolvido no Campus Blumenau desde maio de 2019. Este projeto busca criar e fortalecer contatos da Universidade com a comunidade local através da problematização dos direitos humanos através da arte, da cultura e da democratização do saber, no momento dos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, celebrados em 2018.
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Os depoimentos de quem participou
“Estou muito agraciado pela minha participação neste evento. Estive compondo a mesa da UFSC e apresentando alguns de nossos projetos para a comunidade. Em especial, me dediquei a expor o kit montado pelo Laboratório de Ciência, Tecnologia e Inovação, que poderia ser adquirido gratuitamente por professores para levarem a suas escolas. Tal kit dava a possibilidade de o aluno aprender sobre energias renováveis de maneira interativa e diferenciada. O evento seguiu com várias apresentações culturais, que elevaram a experiência da coletividade ao máximo”.
- João Guilherme Voss, licenciando em Matemática.
“A participação dos acadêmicos da UFSC Blumenau no Feirão de Empregabilidade foi de fundamental importância para a divulgação da UFSC à população de Blumenau e região. Tivemos a possibilidade de apresentar nossos projetos e pesquisas à comunidade externa e também falar sobre a importância social da universidade. Como muitos dos trabalhos que fazemos, especialmente nos cursos de licenciatura, são voltados a pessoas com deficiência, tivemos a oportunidade de apresentá-los ao "público-alvo". Como estudante concluinte do curso de Licenciatura em Química, fiquei muito feliz por ter tido essa experiência. Muitas pessoas vinham com olhares curiosos e poder mostrar tudo o que nos dedicamos a fazer é muito gratificante”.
- Sthefany Caroline Luebke, licenciada em Química.
“Vim acompanhar minha mulher que tá procurando trabalho. Eu já trabalho na mesma empresa faz mais de 10 anos. É muito bacana essas coisas que vocês fazem. Na minha época, na nossa época, né? Não tinha essas coisas. Tu põe [a luz artificial que simula energia solar] e o carrinho anda. Eu só conhecia o carrinho que tem de empurrar com a mão. Tem até o cataventinho que roda sem vento, e o grilinho que mexe ali. Muito bacana”.
- Mário, participante.
“Dessa forma, tivemos duas oportunidades centrais neste dia: o primeiro foi conversar com os participantes e mostrá-los que a UFSC está muito mais próxima e aberta a eles do que imaginam. A segunda foi poder tornar o ambiente ainda mais acolhedor e também culturalmente rico por meio das apresentações artísticas realizadas por nossos colegas do COLMEIA. A experiência, pessoalmente falando, de levar nossas produções para fora dos muros da Universidade e dialogar com a população que dificilmente encontramos em nosso cotidiano é única”.
- Vantuir Dionisio Junior, licenciando em Química.
"A inclusão de pessoas surdas ou com deficiência auditiva no acesso às artes é imprescindível. Nós, tradutores e intérpretes de Libras e Português, percebemos que esse espaço ainda é pouco acessado pela comunidade Surda, mas estamos vendo uma crescimento de profissionais atuando nessa área. Sabemos que a tradução/interpretação de peças teatrais, musicais, shows, poesias, e etc. seja em língua de sinais ou português, é árdua e bem difícil. Mas estamos nos esforçando e estudando muito para fazermos um bom trabalho, mostrando à comunidade Surda a arte e suas façanhas”.
-Everton Luis Anselmini, tradutor e intérprete de LIBRAS (IFSC de Gaspar).
“A criação de uma cidade inclusiva extrapola as obrigações legais do poder público, porque é um fator humanizador. É o acolhimento às demandas da pessoa com deficiência (PCD) para sua participação cidadã no processo de construção da sociedade. Para além de um feirão de emprego, é importante se desconstruir preconceitos acerca das capacidades individuais de uma PCD, e garantir sua inclusão no mercado de trabalho com possibilidades de crescimento real em sua área de atuação, com plano de carreira e a gratificação justa e condizente com sua qualificação. Uma luta que para o trabalhador com deficiência enfrenta o peso do preconceito e menosprezo. Como artista visual e integrante do coletivo COLMEIA, pude sentir essas e outras demandas que estão presentes no dia a dia da PCD, e me senti feliz com o trabalho que estamos desenvolvendo na garantia do direito constitucional de acesso à cultura. Ainda temos muito trabalho pela frente, mas posso falar por mim e pelas abelhas do nosso coletivo, que as ações individuais podem fazer toda a diferença quando nos unimos por uma causa justa e tão importante como esta. A acessibilidade passou a fazer parte agora do processo de criação das minhas artes, e por entender a arte como parte vital da minha vida, me alegra estar quebrando "barreiras" e levando arte para todos, de verdade. Viva o GT Acessibilidade!”
- Tatiane Hardt, artista.
“O evento proporcionou um contato dos estudantes da UFSC com parte da sociedade blumenauense e região. Desse modo, os estudantes do evento conversaram, apresentaram seus trabalhos e trocaram ideias com PCDs, a fim de melhorar a acessibilidade dos trabalhos realizados e também apresentar os direitos e oportunidades da participação das PCDs nas universidades, principalmente, como estudantes, especificamente na UFSC campus Blumenau. O evento contou com apresentações culturais, exposições de trabalhos realizados por PCDs, além da oportunidade de os participantes saírem com uma vaga de emprego na cidade de Blumenau.”
- Guilherme Guimarães, licenciando em Matemática
Fotos do evento
(Texto: Vantuir Dionísio Júnior/bolsista)