Audiência Pública debate Ciência, Tecnologia e Inovação em Santa Catarina

07/06/2018 19:15

Para discutir de forma ampla, democrática e suprapartidária, a Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como Política de Estado em Santa Catarina, será realizada Audiência Pública no dia 20 de junho (quarta-feira), às 9h, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). Estão confirmadas as participações dos presidentes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Academia Brasileira de Ciências (ABC) e Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), respectivamente, Ildeu de Castro Moreira, Luiz Davidovich e Sérgio Gargioni.

Em 2017, a Secretaria Regional da SBPC em Santa Catarina deu início a uma articulação envolvendo diferentes setores ligados à ciência no estado, no intuito de buscar saídas para a crise sem precedentes que atinge os sistemas brasileiro e catarinense de CT&I. Acompanhando um movimento nacional que vem sendo liderado pela SBPC e pela ABC, a Secretaria abriu canais de diálogo junto aos poderes executivo e legislativo e, paralelamente, começou uma série de reuniões abertas na capital e no interior, que congrega as principais instituições de ensino e pesquisa de cada região, além de outras organizações representativas da sociedade catarinense.

O objetivo não se restringe a discutir a crise. Santa Catarina, por suas características sociais, geográficas e econômicas, precisa assumir um papel de liderança também no desenvolvimento científico do país. É necessário unir forças com outras organizações, propor uma política de estado arrojada, transparente e permanente de fomento à pesquisa, tanto básica quanto aplicada, em todas as áreas do conhecimento.

As principais preocupações e demandas serão registradas em documento e todos os presentes da Audiência serão convidados a assiná-lo e, posteriormente, apresentá-lo aos futuros candidatos ao governo do estado, bem como aos candidatos da esfera legislativa.

Mais informações: (48) 3721-5153 / e-mail

(Fonte: Notícias UFSC.br)

Tags: audiênciacienciacortesdebateorçamentotecnologia

Estudantes do campus organizam evento cultural para debater diversidade e gênero

10/11/2017 11:17

Peça traz ao debate temática da violência de gênero (Foto: Grupo Teatro de Quinta)

As políticas públicas brasileiras na esfera dos direitos humanos apresentaram grandes avanços, sobretudo, a partir da década de 1990, no campo da educação e das relações de gênero. Nesse período, foram sancionadas novas leis e diretrizes que abarcaram a temática com o intuito de colaborar com a problematização em torno das desigualdades de gênero e da construção de um mundo mais justo e igualitário.

Entre esses documentos, encontra-se a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996 e o Plano Nacional de Educação 2011/2020, que apresentam princípios como liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; respeito à liberdade e apreço à tolerância; valorização do profissional da educação escolar - em especial, destacamos aqui a liberdade intelectual docente.

Após os debates e aprovação dessas diretrizes, emergiram discursos marcados pelo conservadorismo e intolerância referentes à abordagem das relações de gênero e diversidade sexual nos estabelecimentos de ensino. Tais discursos chamam a atenção pela simplificação, descontextualização e depreciação dos estudos de gênero, tornando educadores comprometidos com a garantia do direito humano ao acesso à educação sexual alvos de acusações de "doutrinação ideológica” dos alunos.

Shantays Grupo de Dança

Diante desse cenário preocupante, estudantes de licenciatura e engenharia matriculados nos componentes curriculares Educação, Direitos Humanos e Diversidade Sociocultural e Psicologia Educacional: Desenvolvimento e Aprendizagem, sob orientação da Profa. Dra. Renata Orlandi, organizaram um evento que ocorrerá nesta sexta-feira (10/11), às 20h, no auditório da Sede Acadêmica.

Tal atividade artística-cultural tem o objetivo de debater as (des)igualdades de gênero, os direitos sexuais e reprodutivos, a diversidade sexual e a dimensão ética do fazer docente no campo da sexualidade. Haverá a apresentação da peça teatral “João, o Louco”, da companhia blumenauense Teatro de Quinta. Também integram a programação da noite apresentações de dança com o grupo Shantays, exibição de curtas-metragens e a exposição de obras do artista plástico e estudante da Especialização em Educação Escolar Contemporânea, Charles Immianovsky.

A entrada é gratuita e o evento é aberto ao público (classificação: 16 anos).

(Texto: Fabiana Asano, sob orientação de Renata Orlandi)

______________________________________

Atividade cultural e debate - Educação, Direitos Humanos e Diversidade Sociocultural e Psicologia Educacional: Desenvolvimento e Aprendizagem

Data: 10 novembro (sexta-feira)

Horário: 20h

Local: Auditório UFSC – Sede acadêmica

 

Peça teatral “João, o Louco”

Classificação: +16

Grupo: Teatro de Quinta

Sinopse: João vive solitário, assombrado pelas lembranças de uma existência marcada por violência e crueldade. Ele conta apenas com a companhia da sua coleção de troféus macabros.

 

Ficha técnica

Dramaturgia: Nassau de Souza

Direção: Diones Rafael Silva

Produção: Teatro de Quinta

Cenário: Teatro de Quinta

Figurino: Teatro de Quinta

Iluminação: Teatro de Quinta

Operação de luz e sonoplastia: Diones Rafael Silva

Foto de divulgação: Eslley Scatena

Elenco: Gabriel Mantoanelli, Vanessa Martins, João Vitor Martins, Andressa Costa, Artur Gewehr, Tamara West, Alison Marcondes e William Tribess

Duração: 30 minutos

Classificação indicativa: +16

-----

Bibliografia

Ação Educativa. A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso / Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo: Ação Educativa, 2016.

Relações de gênero na escola. Cristiane de Castro Ramos Abud. (Organizadora) – Rio de Janeiro: Dictio Brasil, 2017.

SOUSA, L. A. B., GRAUPE, M. E. Gênero e políticas públicas de educação. Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas. Londrina, 27 a 29 maio 2014.

 

Tags: artesdançadebatedireitoeducaçãohumanomulherobrareproduçãoteatroviolência

Projeto da UFSC Blumenau propõe diálogo com estudantes do ensino médio sobre suicídio

13/07/2017 18:37

Em nossa sociedade, a adolescência costuma ser percebida como um período prazeroso e leve do desenvolvimento humano. Porém, os adolescentes, em sua maioria, lidam com decisões importantes, pressões sociais e desafios que podem lhes parecer obstáculos grandes e intransponíveis.

Visando problematizar desafios no delineamento de projetos de vida, bem como falar abertamente sobre temas como o suicídio entre os jovens, a professora Renata Orlandi, com apoio do professor Aldo Sena, propôs, em conjunto com estudantes de Licenciatura em Matemática e Química da UFSC Blumenau, cinco oficinas na Escola de Educação Básica Doutor Max Tavares D'Amaral. Tal projeto de ensino e extensão universitária foi uma das práticas como componente curricular (PCC) propostas ao longo da disciplina de Psicologia da Educação.

Realizada durante a manhã do dia 03/07, as oficinas acolheram cerca de 120 alunos de ensino médio e cada uma delas buscou provocar vivências que enfatizaram estratégias distintas de enfrentamento de problemas, bem como de potencialização de recursos pessoais acionados diante de situações adversas. O objetivo das intervenções foi problematizar os projetos de vida, a possibilidade de lidar e aprender com os erros, a tolerância à frustração, as violências e a resiliência, em última análise, a arte de seguir em frente diante das adversidades que se apresentam na trajetória de cada adolescente.

Série e jogos trazem tema à tona

Apesar de ainda ser tabu, a discussão sobre o suicídio entre os jovens foi reacesa com a propagação virtual do desafio da Baleia Azul e do lançamento da série “13 Reasons Why”, da Netflix, baseada no livro homônimo de Jay Asher. “Infelizmente, adolescentes podem estar vulneráveis a comportamentos auto-agressivos e a prevenção desta modalidade de violência depende de ações coletivas que envolvam escola, família, comunidade, mídia e políticas públicas”, afirma a professora Renata.

No Brasil, um levantamento feito pelo Mapa da Violência 2017, estudo publicado anualmente a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, revela um gradual crescimento na taxa de suicídios na faixa etária de 15 a 29 anos. Em 1980, o índice era de 4,4 por 100 mil habitantes; chegando a 4,1 em 1990; e a 4,5 em 2000. Assim, entre 1980 a 2014, houve um crescimento de 27,2%.

O diretor da EEB. Dr. Max Tavares D’Amaral, Arquimedes Alves dos Anjos, afirma que “a escola vem trabalhando, no decorrer dos anos, com alguns projetos para a transformação dos alunos em pessoas mais conscientes e melhores”. E completa: “esse deve ser o objetivo da Escola Pública”.

Arquimedes também considera que a melhor forma de aprender é a prática. “A UFSC e o trabalho que a professora Renata vem desenvolvendo com os estudantes, aproximou nossos alunos do Ensino Médio dessa premissa com as oficinas realizadas. Eles puderam, no período, discutir alguns temas polêmicos e atuais a partir de suas vivências, de forma desprendida e descontraída”, avaliou.

__________________________________

Os relatos de quem participou*
*os nomes foram alterados para preservar a identidade dos (as) alunos (as)

“Eu achei bem interessante pelo fato de abrir a mente dos jovens de hoje em dia e ser um aprendizado. Achei muito legal”.

- João

“Achei que as oficinas ajudaram bastante todo mundo, não houve lado ruim, só trouxeram benefícios. Todos puderam expor suas ideias e foi muito legal”

- Ana

“Foi muito importante o projeto porque aqui na escola a gente percebe as diferenças que existem entre negros, brancos e homossexuais, esse pessoal oprimido que se sente vulnerável em qualquer situação. E foi importante mesmo porque a gente percebe quem está vulnerável na escola e que não consegue descrever o que está sentindo... que não consegue desabafar com alguém. Assim a gente pode procurar algum amigo ou professor de confiança para acabar não fazendo besteira”.

- Maria

“As oficinas são bem dinâmicas e abordam uma coisa que se trata como tabu que é esse preconceito, de julgar o livro pela capa. Então está sendo bem dinâmico para conscientizar todos sobre isso”.

- Júlio

“Bem legal a parte que elas falaram sobre o suicídio e os rótulos e a dinâmica foi bem abordada. Acho que nos rótulos elas até ‘pegaram bem leve’ perto do que realmente acontece. Elas falaram muito sobre os números relacionados ao suicídio e é uma coisa que realmente acontece, já vi muito, já ajudei muito...”

- Laura

“Nós gostamos muito das oficinas, que elas se repitam várias vezes no colégio. Foi muito inspirador. Especialmente a peça teatral. Eles falaram bastante e demonstraram os sentimentos que a nossa realidade passa hoje em dia. Foi muito interessante”.

- Pedro e Lucas

“Eu gostei porque ensina a gente a ser como a gente é: diferente. Não importa ser diferente. Me senti bem com essa atividade”

- José

“Com essa palestra acredito que muita gente vai começar a pensar de maneira diferente. Achei muito interessante”.

- Paulo

“Particularmente eu já tentei (suicídio). Eu tive muitos problemas em casa, então, é complicado ficar sem ajuda. Essa dinâmica me ajudou a pensar de outro jeito, a ver que a gente tem escolhas”.

- Bruna

“Essa oficina, que colocamos etiquetas em nossa testa sobre como nos sentimos, foi muito boa. Ajudou muito a gente a se expressar e a sentir na pele como é colocar um rótulo na outra pessoa”.

- Carla

_________________________________________

Para refletir sobre o tema

Filme

As Melhores Coisas do Mundo” (2010)

Sinopse: Mano (Francisco Miguez) é um adolescente de 15 anos. Ele está aprendendo a tocar guitarra com Marcelo (Paulo Vilhena), pois deseja chamar a atenção de uma garota. Seus pais, Camila (Denise Fraga) e Horácio (Zé Carlos Machado), estão se separando, o que afeta tanto ele quanto seu irmão mais velho, Pedro (Fiuk). Sua melhor amiga e confidente é Carol (Gabriela Rocha), que está apaixonada pelo professor Artur (Caio Blat). Em meio a estas situações, Mano precisa lidar com os colegas de escola em momentos de diversão e também sérios, típicos da adolescência nos dias atuais.

Tags: debateExtensãoprojetopsicologiavida