9 dias de ativismo no combate à violência contra a mulher – Campanha do Laço Branco no campus

05/12/2017 16:53

A UFSC Blumenau adere a mais uma iniciativa da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD/UFSC)  nos "9 dias de ativismo no combate à violência contra a mulher". A Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher será promovida neste dia 06 de dezembro na Sede Acadêmica. Os laços estão disponíveis para retirada na Secretaria Acadêmica e Biblioteca Setorial.

Histórico

No dia 6 de dezembro de 1989, um homem de 25 anos (Marc Lepine) entrou armado na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá. Em uma sala de aula, ele ordenou que os homens (aproximadamente 50) se retirassem. Assassinou 14 mulheres e depois saiu atirando pelos corredores e outras dependências da escola, gritando “Eu odeio as feministas”. Desta forma, ele matou 14 estudantes, todas mulheres. Feriu ainda 14 pessoas, das quais 10 eram mulheres. Depois suicidou-se. Com ele, foi encontrada uma carta que continha uma lista com nomes de 19 feministas canadenses que ele também desejava matar e na qual ele explicitava a motivação de suas ações, em suas palavras: “mandar de volta ao Pai as feministas que arruinaram a sua vida”.

O crime, que ficou conhecido como o “Massacre de Montreal”, mobilizou a opinião pública daquele país, gerando amplo debate sobre as desigualdades entre homens e mulheres e a violência gerada por esse desequilíbrio social. Assim, um grupo de homens canadenses decidiu organizar-se para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa violência. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.

Lançaram, assim, a primeira Campanha do Laço Branco (White Ribbon Campaign): homens pelo fim da violência contra a mulher. Durante o primeiro ano da Campanha, foram distribuídos cerca de 100 mil laços entre os homens canadenses, principalmente entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro, semana que concentra um conjunto de ações e manifestações públicas em favor dos direitos das mulheres e pelo fim da violência. O dia 25 de novembro foi proclamado pela Organização das Nações Unidas, como o Dia Internacional de Erradicação da Violência contra a mulher.

O dia 6 de dezembro foi escolhido para que a morte daquelas mulheres (e o machismo que a gerou) não fosse esquecida. Trabalhando junto a diversos órgãos das Nações Unidas, particularmente o UNIFEM e em parceria com organizações de mulheres, a Campanha do Laço Branco hoje está presente em todos os continentes e em mais de 55 países, sendo apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher.

(Fonte: Laço Branco Brasil)

Tags: ativismomulherproteçãoviolência

Campus Blumenau integra “9 dias de ativismo no combate à violência contra a mulher”

29/11/2017 17:44

O campus Blumenau exibe o documentário Precisamos falar do assédio, nesta sexta-feira (1/12), a partir das 19h, no auditório da Sede Acadêmica. A atividade é gratuita e aberta ao público.

A ação faz parte dos 9 dias de ativismo no combate à violência contra a mulher, promovido pela Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidade (SAAD/UFSC). O evento inclui ainda a realização de mesas-redondas e minicursos. As mesas serão transmitidas ao vivo pela página do Facebook da SAAD/UFSC: https://www.facebook.com/ufscsaad

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Documentário Precisamos falar do assédio (133min, BRA)

Sexta-feira, 01/12

19h, Auditório Sede Acadêmica

SINOPSE: Na semana da mulher, de 7 a 14 de março de 2016, uma van-estúdio parou em nove locais em São Paulo e no Rio de Janeiro. O objetivo era coletar depoimentos de mulheres vítimas de qualquer tipo de assédio. Ao todo, 140 decidiram falar. Ouvimos relatos de mulheres de 14 a 85 anos, de zonas nobres ou periferias das duas cidades, com diferenças e semelhanças na violência que acontece todos os dias e pode se dar dentro de casa, em um beco escuro ou no meio da rua, à luz do dia. O documentário traz uma amostra significativa dos depoimentos, 26 deles, além de mostrar uma parte importante do processo de filmagens: como as mulheres se sentiam ao contar seus casos? Nos depoimentos puros, sem qualquer tipo de interlocução ou entrevista, acompanhamos um desabafo, um momento íntimo ou a oportunidade de falarem daquilo pela primeira vez. Nas trocas com as meninas da equipe antes e depois dos depoimentos, permitiremos que o espectador entre em contato com uma reflexão da depoente sobre sua própria história, e às vezes sobre o próprio projeto.

Site oficial: https://precisamosfalardoassedio.com/

Tags: assédiodocumentárioeventomulherviolência

Estudantes do campus organizam evento cultural para debater diversidade e gênero

10/11/2017 11:17

Peça traz ao debate temática da violência de gênero (Foto: Grupo Teatro de Quinta)

As políticas públicas brasileiras na esfera dos direitos humanos apresentaram grandes avanços, sobretudo, a partir da década de 1990, no campo da educação e das relações de gênero. Nesse período, foram sancionadas novas leis e diretrizes que abarcaram a temática com o intuito de colaborar com a problematização em torno das desigualdades de gênero e da construção de um mundo mais justo e igualitário.

Entre esses documentos, encontra-se a Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996 e o Plano Nacional de Educação 2011/2020, que apresentam princípios como liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; respeito à liberdade e apreço à tolerância; valorização do profissional da educação escolar - em especial, destacamos aqui a liberdade intelectual docente.

Após os debates e aprovação dessas diretrizes, emergiram discursos marcados pelo conservadorismo e intolerância referentes à abordagem das relações de gênero e diversidade sexual nos estabelecimentos de ensino. Tais discursos chamam a atenção pela simplificação, descontextualização e depreciação dos estudos de gênero, tornando educadores comprometidos com a garantia do direito humano ao acesso à educação sexual alvos de acusações de "doutrinação ideológica” dos alunos.

Shantays Grupo de Dança

Diante desse cenário preocupante, estudantes de licenciatura e engenharia matriculados nos componentes curriculares Educação, Direitos Humanos e Diversidade Sociocultural e Psicologia Educacional: Desenvolvimento e Aprendizagem, sob orientação da Profa. Dra. Renata Orlandi, organizaram um evento que ocorrerá nesta sexta-feira (10/11), às 20h, no auditório da Sede Acadêmica.

Tal atividade artística-cultural tem o objetivo de debater as (des)igualdades de gênero, os direitos sexuais e reprodutivos, a diversidade sexual e a dimensão ética do fazer docente no campo da sexualidade. Haverá a apresentação da peça teatral “João, o Louco”, da companhia blumenauense Teatro de Quinta. Também integram a programação da noite apresentações de dança com o grupo Shantays, exibição de curtas-metragens e a exposição de obras do artista plástico e estudante da Especialização em Educação Escolar Contemporânea, Charles Immianovsky.

A entrada é gratuita e o evento é aberto ao público (classificação: 16 anos).

(Texto: Fabiana Asano, sob orientação de Renata Orlandi)

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Atividade cultural e debate - Educação, Direitos Humanos e Diversidade Sociocultural e Psicologia Educacional: Desenvolvimento e Aprendizagem

Data: 10 novembro (sexta-feira)

Horário: 20h

Local: Auditório UFSC – Sede acadêmica

 

Peça teatral “João, o Louco”

Classificação: +16

Grupo: Teatro de Quinta

Sinopse: João vive solitário, assombrado pelas lembranças de uma existência marcada por violência e crueldade. Ele conta apenas com a companhia da sua coleção de troféus macabros.

 

Ficha técnica

Dramaturgia: Nassau de Souza

Direção: Diones Rafael Silva

Produção: Teatro de Quinta

Cenário: Teatro de Quinta

Figurino: Teatro de Quinta

Iluminação: Teatro de Quinta

Operação de luz e sonoplastia: Diones Rafael Silva

Foto de divulgação: Eslley Scatena

Elenco: Gabriel Mantoanelli, Vanessa Martins, João Vitor Martins, Andressa Costa, Artur Gewehr, Tamara West, Alison Marcondes e William Tribess

Duração: 30 minutos

Classificação indicativa: +16

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Bibliografia

Ação Educativa. A ideologia do movimento Escola Sem Partido: 20 autores desmontam o discurso / Ação Educativa Assessoria, Pesquisa e Informação (Org.). São Paulo: Ação Educativa, 2016.

Relações de gênero na escola. Cristiane de Castro Ramos Abud. (Organizadora) – Rio de Janeiro: Dictio Brasil, 2017.

SOUSA, L. A. B., GRAUPE, M. E. Gênero e políticas públicas de educação. Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas. Londrina, 27 a 29 maio 2014.

 

Tags: artesdançadebatedireitoeducaçãohumanomulherobrareproduçãoteatroviolência

Diversidade sexual e violência de gênero são temas de intervenção na UFSC Blumenau

29/06/2017 12:59

A sexualidade por si só é um tabu e a violência em torno dela é cercada de ainda maior constrangimento e silêncio, sendo raros os espaços voltados ao debate sobre o seu impacto. As questões sobre o tema estão permeadas e intrinsecamente relacionadas aos direitos humanos, tornando fundamental a discussão sobre as naturalizações e prescrições sociais que oprimem, controlam, cerceiam e impedem a manifestação das singularidades, assim abrindo precedentes para o sexismo, a GLBTIfobia e uma infinidade de violências que atravessam as relações de gênero.

No dia 26 de junho, em alusão ao “Dia dos Namorados”, data a qual ainda deixa seus rastros comerciais nas vitrines das cidades brasileiras, e a dois dias da celebração do Dia Internacional do Orgulho LGBTI (28/6), foi realizada uma intervenção, no auditório da UFSC Blumenau, voltada à problematização de duas modalidades de violação de direitos atreladas ao campo da afetividade: os relacionamentos abusivos e a LGBTIfobia.

O projeto consistiu na realização de oficinas voltadas à provocação de debates sobre essas duas modalidades de violência por meio de atividades lúdicas, seguidas de um debate aprofundado e acolhedor sobre os temas, englobando também o esclarecimento sobre os recursos acionados no enfrentamento destas adversidades e a participação da rede social de apoio para lidar com tais violações dos direitos humanos. Entre estudantes de licenciatura e engenharias, bem como servidores do centro, cerca de 50 sujeitos participaram da execução do projeto ao longo de uma tarde.

Os relacionamentos abusivos são aqueles nos quais as relações de poder são assimétricas entre as pessoas, caracterizados por ações intencionais de controle do(a) outro(a) em benefício próprio. A LGBTIfobia se constitui como prática discriminatória de hostilidade geral, psicológica e social que se manifesta a partir de inúmeras violências cometidas contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e pessoas intersex, bem como contra sujeitos heterossexuais assim identificados.

No Brasil a taxa de feminicídios é de 4,8% para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O país também apresenta os maiores índices de assassinatos entre a comunidade LGBTI no mundo. Para se ter uma ideia, dados alarmantes foram apontados pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais, que correspondem a uma morte a cada 25 horas no país. Além dessas estatísticas, outras tantas que sinalizam a grave desigualdade de gênero que estrutura a sociedade brasileira, nos indicam o desafio e a urgência do compromisso social das instituições no que tange à promoção da educação sexual na perspectiva dos direitos humanos e das relações de alteridade.

Os professores Aldo Sena de Oliveira (da área de Química) e Renata Orlandi (da área de Psicologia da Educação) consideram este tipo de debate no campo da Educação sempre desafiante: “A experiência com estes estudantes e servidores/as reforçou a necessidade de enfrentar tais processos de dominação simbólica, normalização, ajustamento, marginalização e exclusão. No cenário brasileiro, a provocação de discussões profundas  no campo da Educação Sexual sempre foi desafiadora, sobretudo hoje, em tempos de desqualificação da(o)s docentes e dos movimentos sociais comprometidos com a garantia deste direito humano. As questões acerca da sexualidade estão permeadas e intrinsecamente relacionadas aos direitos humanos, tornando fundamental os diálogos sobre as naturalizações e prescrições sociais que oprimem, controlam, cerceiam e impedem a manifestação das singularidades e de sujeitos fora da norma heterossexual. Essas violências reforçam o sexismo, a misoginia, a GLBTIfobia e uma infinidade de violências que atravessam as relações de gênero. Nesta perspectiva, acreditamos que é fundamental resistirmos aos mecanismos de objetivação e silenciamento, por meio da construção de novas práticas curriculares, culturais e de privilégio para a constituição de sujeitos múltiplos, livres e iguais”, avaliam.

Colaboraram no planejamento, sistematização e realização da atividade de ensino e extensão universitária os(as) estudantes do curso de Licenciatura em Química matriculados na disciplina Educação, Direitos Humanos e Diversidade Sociocultural (BLU7197) Eduarda Giese, Mauricio Raitz Junior, Morgana Aline Voigt, Morgana Sofia Zilse, Nilton Máximo Junior, Paola Stéfany Maass e Rhaisa Gazola Pezzi Verlindo, sob a orientação dos professores Renata e Aldo. O projeto, elaborado de forma interdisciplinar, apóia-se nos estudos e debates realizados em sala na disciplina, construída a partir da interface entre o processo de formação de professore e a esfera dos Direitos Humanos, visando a problematização e  análise da produção de discursos, enunciados, gestos e ocorrências, em situações em que se (re)constroem saberes, sujeitos, subjetividades, diferenças e hierarquias.  


A opinião de quem esteve lá

“Acho que o mistério gerado em torno da intervenção foi muito interessante. Consegui participar de apenas uma das atividades. Achei interessante como logo vinha em mente uma resposta pronta, mas, em seguida, após as reflexões, elaborava algo melhor”.

  • Brenda Teixeira Machado, estudante do 5º semestre do Curso de Licenciatura em Química

“Esse é um conceito muito importante para ser tratado na universidade e as temáticas podem ser transformadas em algo como uma mostra de arte, por exemplo”.

  • Darlei Daniel Hertel, estudante do 4º semestre do Curso de Licenciatura em Química

Representatividade municipal

No dia 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTI, um importante passo na luta pela representatividade foi conquistado em Blumenau. Alice Alves é a primeira mulher trans a tomar posse no Conselho Municipal da Juventude (Gestão 2017/2019). A solenidade foi realizada no Salão Nobre da Prefeitura de Blumenau.

“Sinto orgulho de ser a primeira travesti a ocupar esse posto, minha responsabilidade será levantar todas as demandas da população LGBT, nossa comunidade, em especial xs jovens tem urgência de estarem na agenda das políticas públicas”, declarou em entrevista ao Coletivo LGBT Liberdade.

O conselho é formado por representantes governamentais e da sociedade civil e tem a missão de atuar na discussão, elaboração, implementação e avaliação de políticas públicas voltadas aos jovens no município.

(Foto: Coletivo LGBT Liberdade/Blumenau)


Fotos da atividade

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