Assédio moral no ambiente de trabalho: quais as consequências?

22/09/2021 14:32

Nesta quarta matéria sobre assédio moral no ambiente de trabalho, vamos abordar quais as consequências desse tipo de violência para o trabalhador, para a organização (seja ela uma empresa privada ou uma instituição pública) e para a sociedade em geral. Em alguns casos, elas podem ser graves e afetam vários aspectos da vida dos envolvidos.

O trabalhador vítima de assédio é o mais afetado. As consequências mais frequentes são dores generalizadas, palpitações, dores de cabeça, distúrbios digestivos, hipertensão arterial, alterações no sono, irritabilidade, crises de choro e estresse. Em casos mais graves, o assediado pode enfrentar problemas familiares, abandono das relações pessoais, isolamento e até depressão.

Para a organização onde ocorre o assédio, a principal e imediata consequência é o clima desfavorável ao trabalho e a redução da produtividade. Além disso, também podem ser verificados uma maior rotatividade de pessoal, aumento de erros e acidentes, crescimento do número de faltas e licenças médicas, demissões e aposentadorias prematuras.

Já para a sociedade, as principais consequências são os custos com tratamento médico e reabilitação, despesas com benefícios sociais, por meio da dependência de auxílio doença e aposentadoria precoce, além de custos com processos administrativos e judiciais.

Segundo a assistente social da UFSC Blumenau, Rosane Terezinha Back Campanelli, as consequências do assédio moral podem ser devastadoras e afetam diretamente todos os envolvidos. “Devastadoras porque se configuram como uma grave distorção do ponto de vista de uma ética fundamental do respeito a relações que fazem justiça à real grandeza humana. Nenhuma instância envolvida em relações assediadoras, nem mesmo as que perpetram o assédio, ganham com essa prática, que em si menospreza o valor e o respeito à vida”, explica.

Para minimizar essas consequências, Rosane destaca que uma questão é primordial: nos reconhecermos como seres humanos. “E nesse reconhecimento acolhermo-nos em nossas imperfeições e qualidades e nisso reconhecermo-nos nos outros em nossa humanidade comum, em nossa condição de comunhão e semelhança. É incrível pensarmos que estamos, de algum modo, esquecendo ou perdendo a noção dessa verdade inequívoca. Relações assediadoras são manifestações que nos distanciam desse caminho e por isso precisam ser identificadas e problematizadas por uma educação da lembrança sobre o respeito à vida”, finaliza a assistente social.

Na quinta e última matéria desta série, vamos dar orientações sobre como agir e denunciar situações de assédio.

Saiba mais:
Cartilha: Assédio moral no trabalho: uma violência a ser enfrentada
Cartilha: Violência, discriminação e assédio no trabalho
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
Cartilha de Prevenção ao assédio Moral (Tribunal Superior do Trabalho)

(Serviço de Comunicação UFSC Blumenau, com informações das fontes citadas acima)

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