Assédio moral no ambiente de trabalho: saiba como reconhecer

15/09/2021 14:47

Agora que você já sabe identificar o que é e o que não é considerado assédio moral no ambiente de trabalho, hoje vamos falar sobre como reconhecer esse tipo de violência no dia a dia. Novamente, é importante ficar atento à frequência em que as situações acontecem.

Aqui vamos apresentar exemplos de situações separadas em quatro grupos:

• Degradação proposital das condições de trabalho: não transmitir informações úteis para a realização das tarefas; criticar o trabalho de forma injusta ou exagerada; privar o acesso aos instrumentos de trabalho; atribuir de forma intencional tarefas incompatíveis com as competências e atribuições do trabalhador, impedir ou dificultar promoções; desconsiderar recomendações médicas ou problemas de saúde; induzir ao erro.

• Isolamento e recusa de comunicação: não conversar; recusar contato, inclusive visual; se comunicar apenas por escrito; interromper a fala da vítima com frequência; ignorar a presença, se dirigindo apenas aos outros integrantes da equipe; isolar o trabalhador para que não haja comunicação com os colegas; se recusar a falar sobre o assunto.

• Atentado contra a dignidade: fazer insinuações; fazer gestos de desprezo; espalhar rumores ou fofocas; atribuir problemas de ordem psicológica; colocar apelidos pejorativos, criticar ou fazer brincadeiras sobre deficiências, aspectos físicos ou características singulares; criticar a vida particular; fazer críticas ou zombar de origem, nacionalidade, crença religiosa, gênero, orientação sexual, classe social ou convicção política; atribuir tarefas humilhantes.

• Violência verbal, física ou sexual: ameaçar ou agredir fisicamente; gritar ou falar de forma desrespeitosa; invadir a privacidade; seguir e espionar; danificar bens pessoais; assediar ou agredir sexualmente por meio de gestos, mensagens, insinuações ou propostas; fazer perguntas indiscretas sobre a vida privada; abusar verbalmente ou fazer comentários sexistas sobre aparência física; convidar ou fazer insinuações sexuais de forma inconveniente, descontextualizada e ofensiva; fazer tentativas de trocas de favores sexuais por favores institucionais.

A professora do Departamento de Ciências Exatas e Educação (CEE) da UFSC Blumenau, Renata Orlandi, que também é psicóloga, destaca que o machismo, o classismo, a homofobia e o capacitismo são marcadores sociais de opressão fortemente vinculados ao assédio moral. “O assédio moral é produto da assimetria nas relações de poder. Ao investigar tais abusos, fica evidente que a maior parte das vítimas dessa modalidade de violência faz parte de grupos estruturalmente marginalizados, os quais tendem a sofrer mais com cobranças descabidas, isolamento, precarização das condições laborais e constrangimentos no ambiente de trabalho”, explica.

Na próxima quarta-feira, vamos falar sobre as consequências do assédio moral para o trabalhador, para a organização e para a sociedade em geral.

Saiba mais:
Cartilha: Assédio moral no trabalho: uma violência a ser enfrentada
Cartilha: Violência, discriminação e assédio no trabalho
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
Cartilha de Prevenção ao assédio Moral (Tribunal Superior do Trabalho)

(Serviço de Comunicação UFSC Blumenau, com informações das fontes citadas acima)

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