Palestra com pesquisador da University College London aborda robótica cirúrgica no Campus Blumenau

06/06/2019 14:57

(Atualizado em 06/06/2019, às 16h26min)

Na próxima segunda-feira (10/6) o Campus Blumenau da UFSC receberá o Prof. Dr. Helge Wurdemann, pesquisador do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto de Robótica da University College London (UCL - Inglaterra) para uma palestra sobre Robótica Cirúrgica.

O evento será realizado às 14h30min, no auditório do Bloco B da Sede Acadêmica (Rua João Pessoa, 2750 - Velha). A iniciativa é do Departamento de Controle, Automação e Computação (CAC/BNU/UFSC), gratuita e aberta ao público. Antes da palestra também serão apresentados alguns projetos desenvolvidos pelos estudantes e professores de engenharia do Campus Blumenau na área de Biomecânica.

Dr. Helge Wurdemann é Engenheiro Elétrico e iniciou seus estudos com foco em mecatrônica e robótica na área médica da Universidade Leibniz de Hanover (Alemanha). Como parte deste programa, ele visitou a Universidade de Tecnologia de Auckland (Nova Zelândia) e realizou um projeto de pesquisa no Centro de Pesquisa Mecatrônica, Universidade de Loughborough (Reino Unido), em 2007. Em 2008, o Dr. Wurdemann completou seu último projeto de pesquisa no Instituto de Robótica e Mecatrônica (agora: Instituto de Sistemas Mecatrônicos). Seu projeto de doutorado começou no final de 2008 no Centro de Pesquisa em Robótica da King's College London e foi financiado pelo EPSRC. Em novembro de 2011, ele se juntou aos projetos FPM da UE COSMOS e STIFF-FLOP. De 2012 a 2015, foi Pesquisador Associado, Gerente de Projetos da UE e Líder do Laboratório Haptics e Laboratório de Soft Robotics no Centro de Pesquisa em Robótica da King's College London. Em janeiro de 2016, ingressou na UCL Mechanical Engineering, como lecturer em dispositivos médicos.

Publicou mais de 35 artigos revisados ​​por pares em revistas e em conferências internacionais de excelência em robótica e é Co-I em projetos da UE STIFF-FLOP e FourbyThree. O Dr. Wurdemann também esteve envolvido na organização de comitês de várias conferências e workshops internacionais e foi convidado a demonstrar sua pesquisa no Science Museum’s Robot Safari em Londres (Inglaterra), no Schunk Expert Days e no British Science Festival. Em março de 2015, organizou o Inovador Fórum de Robótica Cirúrgica de 2015, em Londres, juntamente com a KTN (RAS SIG) e a CE, convidando 4 principais projetos da UE e palestrantes de modo a reunir pesquisas e empreendedorismo.

(Camila Collato/Comitê de Comunicação UFSC Blumenau, com informações  UCL Mechanical Engineering)

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PréUFSC: estudante de Indaial conquista aprovação em Medicina na UFSC

10/03/2019 19:33

"Eu queria mostrar que a escola pública também pode", afirmou Érick Schnorrenberger, aprovado no Vestibular UFSC 2019 para o curso de Medicina.

Érick e o pai, Lauro, retornam ao Campus Blumenau após a aprovação (Foto: Camila Collato/UFSC Blumenau)

A preparação para o vestibular é um desafio que abrange uma série de fatores, que vão desde o curso a ser escolhido, até questões pedagógicas e socioeconômicas de acesso à escola, materiais, professores e cursinhos preparatórios. Para quem almeja carreiras como Medicina é preciso ainda ter foco para não se deixar abalar pela alta concorrência. No último vestibular da UFSC, o curso somou 204 candidatos/vaga mantendo-se no topo do ranking das carreiras mais disputadas.

Mas tudo isso não desanimou Érick Schnorrenberger, de 18 anos, então estudante da EEB Raulino Horn, de Indaial/SC. Com o suporte das aulas do PréUFSC, cursinho gratuito oferecido pelo Campus Blumenau, e o apoio da família ele conquistou a tão sonhada vaga e iniciará, em agosto deste ano, os primeiros passos na carreira médica na UFSC.

Quando convidado para falar um pouco sobre sua experiência nesse processo, Érick veio acompanhado do pai Lauro Schnorrenberger, que não continha o sorriso orgulhoso estampado no rosto. De família simples, oriunda de Itapiranga, no Extremo Oeste catarinense, o novo calouro da UFSC aprendeu desde cedo o significado de persistência e o gosto pela leitura com os pais. "Desde crianças eles [referindo-se também à irmã, Ketlyn] devoravam gibis. A gente tinha que contar várias e várias vezes histórias para eles. Também sempre estavam na biblioteca municipal de Indaial. Voltavam para casa com pilhas e mais pilhas de livros", recorda Lauro. Para ambos, a educação para a leitura foi de vital importância no desenvolvimento de competências como concentração e interpretação.

Érick acompanhado dos pais, Marlene e Lauro, e da irmã Ketley no campus Florianópolis da UFSC, onde iniciará os estudos no segundo semestre.

No 8° e 9° ano do fundamental, Érick participou das competições da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBMEP), conquistando a medalha de bronze e uma bolsa do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC). Essa experiência o motivou a seguir sozinho na preparação para o vestibular durante o ensino médio. Mesmo com um boletim impecável - com notas que variavam em sua maioria entre 9,0 e 10,0 - o estudante não relaxava na rotina escolar. "Eu sempre estudei muito...assim, eu sempre fui o nerd da sala [risos]. Sempre fiz mais do que precisava, para além dos trabalhos, das provas. Os professores me questionavam por que eu estudava tanto se eu já estava com notas excelentes para passar. Mas eu sabia que se eu quisesse aprovar no vestibular, tudo tinha que ser diferente", contou.

Logo no 1° ano do ensino médio o estudante começou a fazer simulados e no 2° ano adquiriu um cursinho online, elaborando por conta própria os cronogramas de estudos. "No mesmo ano eu fiz o Enem e o vestibular da UFSC e me saí relativamente bem", contou. Nesse intervalo de cerca de dois anos, com o auxílio dos pais, Érick conseguiu subir sua média de pontuação no Enem de 450/480 para 740. Em 2018, depois de conversar com os professores e ler mais a respeito da profissão médica, veio a decisão pela graduação a ser seguida. "Eu sabia que Medicina era o curso mais concorrido da universidade, mas então pensei que se eu passasse para este, caso eu quisesse trocar de opção depois, teria condições de ser aprovado em qualquer outra graduação", explicou. O vasto campo de pesquisa proporcionado pela área das ciências da saúde também chamou a atenção do estudante, que já cogita desenvolver projetos.

Muita leitura, exercícios e pouca rede social: rotina de estudos somava 10 horas diárias ou mais. (Foto: Camila Collato/UFSC Blumenau)

A rotina de estudos era rigorosa: começava às 7h30min na escola e se estendia até às 22h em casa, de segunda a sexta. Aos sábados, Érick vinha ao Campus Blumenau para assistir às aulas do PréUFSC. Redes sociais e aplicativos de mensagens? Nem pensar. "Eu saí do whatsapp, era muita distração", afirma sem vacilar. "Eu lia os livros do vestibular e fazia todas as questões das provas anteriores: imprimia e resolvia tudo na mão, para sentir mesmo como era", recorda. Aos finais de semana, para descansar a mente, aproveitava para tocar violão, viola, jogar bola e ficar com a família. Não sem antes reservar um tempo aos domingos para o planejamento da semana seguinte.

No PréUFSC, Érick entrou em contato com muitos conteúdos anteriormente vistos no colégio, mas agora de forma aprofundada, algo que as aulas regulares não conseguiam suprir, em sua opinião. Para ele a receptividade e o suporte da equipe do cursinho, com monitorias, oficinas e apoio psicopedagógico foi fundamental, além do contato constante com os graduandos o que, segundo ele, permitiu diminuir a ansiedade projetada acerca dessa nova etapa da vida. "A gente que estuda na escola pública às vezes não sabe muito bem como que é a universidade. E é muito difícil participarmos de coisas como as que foram oferecidas nas oficinas, tanto de redação quanto nessa parte de apoio psicológico, além de aulas sobre física moderna ou exercícios práticos de química como os que fizemos nos laboratórios", relatou.

Quando questionado se havia feito provas para mais de uma universidade, ele explica que sua estratégia foi esmiuçar ao máximo o certame da UFSC e apostar apenas na instituição, por causa de fatores como permanência e distância da família. "Como eu estava estudando sozinho, foquei na UFSC porque o estilo da prova é bem diferente (somatório). Nos cursinhos especializados a gente sabe que o pessoal estuda o dia todo para todas as universidades, mas cada prova é diferente. Então eu fui só nela (UFSC), era tudo ou nada. E deu certo", comemora.

Sobre as contribuições que pretende deixar agora como aluno regular da UFSC, Érick ressalta fatores que ultrapassam os anseios individuais. "Eu queria mostrar que quem vem da escola pública também pode. Para mim, todo estudo reflete a interação humana. Por isso não basta só estudar: é preciso ser humano, conversar com as pessoas, olhar no olho. E lembrar que não há só coisas ruins no mundo, têm muitas pessoas que fazem tudo valer a pena. Acho que é isso que eu quero deixar como exemplo".

(Camila Collato/Comitê de Comunicação UFSC Blumenau)

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