Projeto valoriza trajetória de mulheres do Campus Blumenau durante o mês de março

31/03/2021 11:46

Convite inicial para a campanha nas redes sociais

No mês de março, celebramos o Dia Internacional da Mulher, e com isso, o Serviço de Comunicação do Campus Blumenau, em parceria com o Núcleo de Educação na Perspectiva das Tecnologias e Alteridade (NEPTA), elaborou uma série especial nas redes sociais da UFSC Blumenau, com início no dia 8 de março e encerramento no dia 30 do mesmo mês. O projeto consistiu em postagens com foto e uma breve história sobre a contribuição de diversas mulheres com atuação no campus, proporcionando uma maior visibilidade à sua trajetória.

O intuito foi democratizar o debate sobre a igualdade de gênero de maneira interativa, de modo a celebrar o Dia da Mulher sem romantizá-lo, mantendo o foco em sua dimensão histórica, política e científica. Anualmente, a data demarca um dia de mobilização pela desconstrução das assimetrias nas relações de poder entre homens e mulheres, denúncia e enfrentamento das violências de gênero, proposição de estratégias globais dedicadas à emancipação de todos na perspectiva da alteridade, assim como a contenção de retrocessos que ameaçam todo o progresso alcançado em diversos países, nas últimas décadas, em termos de igualdade jurídica na diversidade. 

O convite à participação foi estendido às servidoras e estudantes. Ao todo, quinze aceitaram a proposta e representaram todas as outras mulheres incríveis que fortemente colaboram com a construção da UFSC em Blumenau - seja dentro ou fora da universidade - e que lutam, todos os dias, por uma sociedade mais justa e democrática. 

A área científica encontra-se em constante avanço e mais mulheres se interessam e ingressam nela por meio da docência, projetos de extensão e pesquisa ou na pós-graduação. Porém, o peso histórico do acesso tardio das mulheres à educação superior e às posições de liderança mantém seus efeitos até hoje. As ciências ainda são predominantemente masculinas, com exceções para os campos considerados tradicionalmente “profissões de mulher” - como, por exemplo, pedagogia, enfermagem ou serviço social - o que evidencia uma naturalização das relações formativas e laborais. Portanto, grandes desafios ainda são enfrentados diariamente pelas mulheres para a sua inclusão e reconhecimento nos institutos de pesquisa, universidades e empresas.

Atualmente, a desigualdade de gênero pode ser observada nitidamente ao longo da pandemia de COVID 19, contexto no qual as mulheres estão enfrentando o aumento da violência doméstica durante o isolamento, sobrecarga de tarefas não remuneradas, desemprego e pobreza em todo o mundo. Ironicamente, algumas das respostas mais eficientes e exemplares de combate à pandemia COVID-19 foram lideradas por mulheres, segundo dados publicados pela ONU em 2020. Nações governadas por elas, como Nova Zelândia, Islândia, Taiwan e Alemanha são exemplos de resposta de sucesso na contenção da pandemia. No entanto, quando falamos especificamente do setor de saúde global, as mulheres representam apenas 30% das lideranças.

Para a equipe da Comunicação UFSC Blumenau e do NEPTA que coordenou a ação, “além de uma homenagem, deixamos aqui um convite a todos para refletirmos e agirmos de forma a mudar esse cenário. A desigualdade de gênero afeta a todos(as): mulheres, homens e pessoas não binárias. Além disso, limita os homens a funções supostamente destinadas ao campo da masculinidade, tomada de maneira estereotipada, sem que possam ter a possibilidade de seguir caminhos que não são socialmente percebidos como próprios dos homens. A desigualdade e a violência de gênero são estruturais em uma sociedade tão misógina como a brasileira e cabe a nós construirmos relações ancoradas na alteridade todos os dias, nos diversos contextos em que atuamos. Sem isso, não há efetivação dos direitos humanos. Portanto, essa não é uma luta só das mulheres: é uma luta coletiva. Finalizamos com nosso profundo agradecimento a todas que, por meio de suas histórias inspiradoras, nos mostraram o que o dia 8 de março realmente significa”. 

Veja as imagens da campanha:

(Texto: Camila Collato, Isabelle Kuehlewein, Karol Buttchewits e Renata Orlandi/UFSC Blumenau)

Tags: Dia Internacional da MulherdiversidadeequidadeNEPTAprojeto

UFSC terá curso de seis semanas sobre ciência, gênero e diversidades

17/02/2021 19:01

O Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (PIAPE), em parceria com a Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) e o Instituto de Estudos de Gênero (IEG) abriu o curso Ciência, Gênero e Diversidades para estudantes de graduação da UFSC. As atividades começam em março, com encontros remotos semanais ao longo de seis semanas. O curso poderá ser validado como atividade complementar pelos participantes, mediante participação em, no mínimo, 75% das atividades. As inscrições devem ser feitas aqui.

A ideia é fomentar discussões e reflexões sobre a trajetória feminina na ciência, explorando causas sociológicas e culturais que refletem a assimetria de gênero na ciência no Brasil e no mundo. Busca-se, com isso, possibilitar que estudantes conheçam o contexto histórico-cultural que norteia a trajetória cientifica das mulheres para contribuir com o fortalecimento do trabalho científico feminino.

Serão seis módulos didáticos, que contemplam diferentes discussões. Um dos módulos irá discutir especificamente a questão das mulheres nas ciências, buscando refletir sobre as dificuldades histórico-culturais para a liderança das mulheres na ciência e também nos espaços de poder executivo, legislativo e judiciário.

Equidade

O curso de seis semanas foi lançado no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, com uma celebração institucional. Trata-se de uma das ações que pretendem gerar impactos na comunidade universitária na busca pela equidade de gênero: a outra é a instituição de um prêmio para mulheres cientistas da UFSC e a formalização de uma Comissão para a Equidade.

A professora Maique Weber Biavatti, superintendente de projetos da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq), explica que são iniciativas necessárias para simbolizar uma mudança. A Comissão para a Equidade na UFSC, formalizada em portaria da Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), terá mulheres de diferentes setores, cargos e campi. O grupo se reunirá ao longo dos próximos meses para pensar em uma política institucional e em metas a serem traçadas rumo à uma equidade “mais efetiva” na instituição. A comissão será presidida pela professora Miriam Grossi, do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS/UFSC).

(Fonte: Notícias da UFSC)

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