Graduanda de Engenharia Têxtil classificada para Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva

23/11/2017 08:52

Fabieli Breier desenvolveu looks agênero, inteligentes e acessíveis

A acadêmica Fabieli Diones Breier, do curso de Engenharia Têxtil, foi classificada para participar do desfile do Prêmio Brasil Sul de Moda Inclusiva. O evento será realizado nesta quinta-feira (23/11), a partir das 19 horas, no Majestic Palace Hotel, em Florianópolis-SC.

Fabieli é bacharel em Design de Moda e, atualmente, está no terceiro ano do curso de Engenharia Têxtil da UFSC Blumenau. Ela criou três looks pensados para serem usados por pessoas com algum tipo de deficiência, seguindo as premissas do Desenho Universal. Aplicado ao desenvolvimento de produto, o desenho incide em artigos que possam ser utilizados por todas as pessoas, na sua máxima extensão possível - ou seja, por pessoas com ou sem deficiência.

As modelagens das peças foram desenvolvidas pensando no conceito agênero, sem gênero ou pós-gênero, sem se restringir no modelo binário de gênero: homem ou mulher. As formas das roupas também foram pensadas em auxiliar, de alguma forma, pessoas com deficiência visual. Os decotes das blusas são mais abertos e possuem a mesma altura tanto na frente, quanto nas costas. As costuras das peças possuem acabamento limpo, diminuindo o desconforto ao contato com a pele.

A peça-chave é uma jaqueta com a estampa do quadro na parte frontal e nas costas. O diferencial dela é a aplicação de dispositivos eletrônicos inseridos na linha do peitoral e dentro do forro, criados para auxiliar deficientes visuais a detectarem obstáculos por meio de sensores ultrassônicos e componentes de vibrações. Os tecidos escolhidos amassam menos, permitem uma melhor transpiração e possuem um toque agradável ao vestir.

A linguagem estética da coleção foi inspirada na obra Bailarina, do artista Antônio da Silva e na tendência artsy de inverno 2018, a qual faz alusão a comunicação visual de diferentes artes visuais e diversas obras de artistas (ver imagem abaixo). “As peças foram criadas para adultos com estatura mediana, mas, também, pensadas para pessoas que fazem parte da nova geração da terceira idade. Pessoas que são vaidosas e com atitude, independentemente da idade. São conectadas e com o passar do tempo suas belezas são ressaltadas”, explica a Profa. Grazyella Cristina Oliveira de Aguiar, coordenadora do projeto de pesquisa A moda é para todos: estudo dos princípios do Desenho Universal aplicados ao vestuário, do qual Fabieli é bolsista.

Foto do quadro “Bailarina” da série “Música em Cores” (Antônio da Silva, 2016)
#PraCegoVer: A foto enquadra a tela “Bailarina” que está pendurada em uma parede branca. Obra pintada principalmente nas tonalidades de azul, de vermelho e de branco. No fundo da tela predominam texturas abstratas, pinceladas misturadas nas cores citadas e em relevo. Como elemento principal da obra, encontram-se da esquerda para direita silhuetas, contornos de corpos de cinco bailarinas em movimento que foram pintadas de branco e em relevo.

Além da orientação técnica na parte de desenvolvimento de produto, Fabieli contou com o apoio e orientação técnica da parte tecnológica do professor do curso de Engenharia de Controle e Automação, Alex Sandro Roschildt Pinto, e do acadêmico Christian Mailer, que montou os dispositivos eletrônicos e fez a programação.

(Comunicação UFSC Blumenau, com informações Grazyella Cristina Oliveira de Aguiar)

Fotos

Tags: acessibilidadeinclusãomodatecnologia

Licenciandos participam de atividades sobre acessibilidade no campus

20/11/2017 22:42

Há quem diga que o melhor aprendizado vem da experiência. Essa afirmação ganhou sentido ainda maior para os estudantes das Licenciaturas em Química e Matemática do campus Blumenau, nos dias 26/10 e 09/11. A professora Fabiana Schmitt Corrêa, que ministra a disciplina de Educação Especial, promoveu uma atividade para que os estudantes percebam as barreiras arquitetônicas que se colocam aos deficientes físicos e visuais no campus.

Para isso as turmas exploraram os blocos A e B da Sede Acadêmica utilizando vendas, bengalas, andadores, cadeira de rodas e muletas. Eles adentraram salas, secretarias, biblioteca e utilizaram equipamentos como os elevadores. Os estudantes puderam observar dificuldades de locomoção, a falta de espaço para mobilidade da cadeira de rodas e de referências táteis e sonoras.

“Esta ação promoveu um exercício de empatia e oportunidade de revisão de concepções, desconstrução de preconceitos a respeito da pessoa com deficiência, destacando a mobilidade e acesso das pessoas com deficiência visuais e físicas. Espero que a partir dessa ação, os alunos licenciandos reflitam sobre o direito da pessoa com deficiência, de acessibilidade, de equidade e de inclusão” avaliou a docente.

Fabiana agradeceu ainda à FURB e à ABLUDEF que contribuíram para a realização dessa experiência, cedendo os equipamentos como cadeira de rodas, bengalas, andador e muletas.

Opinião de quem participou

"Foram atividades de empatia. Com base nas nossas próprias suposições e impressões, tentamos compreender os desafios impostos às pessoas com deficiência física ou visual no dia a dia da instituição, além de refletir sobre a melhor forma de ajudá-las em situações de dificuldade.

Em alguns minutos, encontramos diversos obstáculos que podem dificultar ou impossibilitar a mobilidade dentro do campus: não há audiodescrição nos elevadores, pisos táteis nos corredores, nem placas ou mapas de localização em braile para maior independência da pessoa com deficiência visual. De forma análoga, alguns dos livros da biblioteca estavam dispostos em prateleiras a alturas inacessíveis para pessoas em cadeiras de rodas e os banheiros, classificados como adaptados, eram de difícil utilização e estavam ocupados enquanto banheiros comuns estavam livres. Além disso, não há rampas de acesso ao bloco B nem na saída de emergência, limitando o direito de ir e vir de pessoas com deficiências físicas.

O mais surpreendente foi perceber que o problema não estava na nossa maior ou menor limitação fisiológica, mas na consciência de o ambiente que nos cercava estava despreparado para atender às nossas necessidades e que as pessoas se sentiam desconfortáveis para se aproximar e prestar auxílio."

* Morgana Aline Voigt, Licencianda em Química

Fotos

 

(Comunicação UFSC Blumenau, com informações da docente)

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