UFSC prepara propostas para atividades e Combate à Covid-19

26/05/2020 13:59

Após a primeira semana de reuniões dos comitês e subcomitês de Combate à Pandemia do Covid-19, a Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está envolvida na discussão de planos para o ensino, trabalho e atividades presenciais e remotas. Até o início do próximo mês, espera-se já ser possível apresentar a proposta ao Conselho Universitário (CUn), e outras instâncias deliberativas para que a comunidade tenha definições sobre como devem ser os próximos meses na instituição, enquanto se enfrenta uma crise mundial de saúde pública.

A Agência de Comunicação da UFSC conversou, na última sexta-feira, 22 de maio, com o reitor Ubaldo Cesar Balthazar, o chefe de Gabinete, Aureo Moraes, e o diretor-geral do Gabinete, Álvaro Lezana para saber sobre as principais decisões que deverão ser tomadas na UFSC neste futuro próximo. Assista ao vídeo aqui.

Confira abaixo os principais trechos:

Subcomitês

A estrutura de governança criada com o comitê central, um comitê assessor e cinco subcomitês técnicos foi fruto de intenso debate junto aos pró-reitores e secretários, e também diretores de Centro de Ensino e campi. O reitor salientou que os comitês não são deliberativos, e que suas propostas serão apreciadas pelos órgãos colegiados. “A Administração Central está procurando agir da forma mais democrática possível, ouvindo todos os setores da Universidade, debatendo”, ressaltou. Ubaldo falou da histórica sessão do CUn, em formato de videoconferência, que ocorreu na última semana e adiantou que haverá nova sessão nesta sexta-feira, dia 29 de maio.

Álvaro Lezana enumerou algumas das questões sobre as quais os comitês têm trabalhado. O Comitê Assessor analisará a viabilidade das propostas dos demais comitês. O Subcomitê Científico “vai dar um norte sobre as questões ligadas ao combate à pandemia principalmente com relação aos prazos ou quando se poderá haver a retomada gradual e em que condições será que essa retomada”, explicou. Já o Subcomitê de Comunicação, vem cuidando da relação da Universidade com seus públicos interno e externo.

O Subcomitê de Infraestrutura e Administração, tem feito os levantamentos da capacidade da UFSC para uma eventual retomada de atividades presenciais: salas, laboratórios espaços comuns como os Restaurantes Universitários e as bibliotecas, além da situação dos servidores que estão nos grupos de risco. O Subcomitê Acadêmico vai propor novas técnicas de ensino, questões com a carga horária de aulas, etc. E o Subcomitê de Assistência Estudantil, vem tratando das possibilidades de auxílio aos estudantes.

>> Assista aqui ao vídeo da entrevista com a Administração Central

Prazos

Tanto o reitor como o diretor-geral do Gabinete falaram da urgência na tomada de decisões. Os gestores esperam propostas concretas já nesta semana. “Imaginamos que no início de junho já vamos ter algumas propostas para encaminhar aos órgãos deliberativos, seja ao Conselho Universitário, sejam às Câmaras, sejam às coordenações de cada curso”, explica Álvaro Lezana.

Sobre a portaria de suspensão de atividades presenciais, vigente até 31 de maio, antes de anunciar uma nova prorrogação, a Administração Central quer analisar os dados científicos. “Evidentemente que a Universidade poderia determinar a prorrogação dos prazos porque já existem algumas normativas externas que nos impõem alguns prazos. No entanto, nós sempre queremos ouvir o que é que a ciência está nos dizendo, qual é a evolução da pandemia. Para não correr o risco de tomarmos uma decisão que logo na frente tenhamos que modificar”, ressalta Lezana.

O chefe de Gabinete, Aureo Moraes, garantiu que a Universidade trabalhará com prazos informados com antecedência e com a flexibilidade de cenários para não prejudicar os estudantes. “Qualquer decisão que venha a ser adotada, com relação à retomada parcial, gradual, enfim, ela vai ter ampla divulgação, com toda a antecedência, para que as pessoas possam reorganizar a sua vida pessoal e a sua vida acadêmica. Todas as decisões que vierem a ser tomadas serão devidamente normatizadas. Então vai haver uma Resolução que vai dizer que: aqueles que preferirem, por exemplo, o cancelamento de matrícula, ou a redução da carga horária, ou, de alguma forma, o trancamento da sua matrícula, terão os devidos prazos para poder fazer a opção que for mais adequada a sua vida naquele momento”, ressaltou.

Parceria com prefeituras municipais

O chefe de Gabinete garantiu que as medidas tomadas pela Universidade estão fortemente ligadas aos movimentos das prefeituras de Florianópolis, Araranguá, Blumenau, Curitibanos e Joinville, além das ações do governo do Estado. E que não planeja retomada de atividades presenciais enquanto não houver disponibilidade de transporte público.

“Isso vale por exemplo para que nós respeitemos os decretos de suspensão das atividades, que alcançam todo o Estado. E, sobretudo, na disponibilidade de um transporte público que hoje está relativamente suspenso. Não há como se considerar nenhuma hipótese de retorno presencial sem que toda essa rede da sociedade esteja interligada”.

>> Assista aqui ao vídeo da entrevista com a Administração Central

Calendário Acadêmico

Aureo ressaltou que não se cogita o cancelamento do semestre. “O cancelamento implica num conjunto de consequências que afetariam por exemplo a manutenção de bolsas pagas aos estudantes. Porque cancelar o semestre é como apagá-lo do calendário. Então toda e qualquer ação que possa vir a mitigar efeitos desta pandemia ela acaba por não ter espaço para poder ser aplicada. Cancelar é zerar, cancelar é esquecer, cancelar é omitir, e isso não está em cogitação. Com relação à suspensão, ela deve ser decorrente da cautela no tratamento que nós temos dado essa situação”.

“Por ora, o calendário está mantido, porque várias atividades previstas no calendário podem acontecer. Como é o caso de formaturas, de defesas de TCC, mestrado e doutorado, que podem e têm sido autorizadas a acontecer na modalidade de videoconferência. Então não faz sentido neste momento adotar medidas de tamanha restrição de modo a que elas viessem a prejudicar um conjunto de atividades que são cabíveis deste momento, preservada a vida, preservado o isolamento que a Universidade tem defendido. “

Atividades de ensino

Álvaro Lezana ressaltou, ainda, que não haverá uma determinação sobre as atividades de ensino que sirvam para todos os cursos, e programas de pós-graduação. “Cada curso e cada programa de pós-graduação tem particularidades diferentes. Nós não poderemos pensar numa norma que abranja todos os aspectos de todos os cursos e de todos os programas. Nós teremos provavelmente que remeter muita coisa para as coordenações desses cursos e desses programas de pós-graduação.”

Base Científica

O reitor Ubaldo reforça que as decisões serão coletivas, e embasadas cientificamente.

“A Universidade, como a gente sempre diz, não parou. Nós temos várias atividades em andamento, estamos trabalhando para ouvir todos os setores. As decisões que nós tomamos foram decisões que tinham que ser tomadas no momento certo, e eu estou convencido que nós quando paramos, suspendendo as aulas da Universidade foi no momento correto. Graças, em grande parte à decisão da Universidade que outros órgãos estaduais, outras universidades foram no mesmo caminho, e isso fez com que a nossa atuação se refletisse no próprio comportamento da pandemia, da doença no território catarinense”.

“Nossos pesquisadores estão trabalhando. Um professor da casa, junto com seu filho, estudante da Engenharia Mecânica desenvolveu um respirador que vai ter um custo de um quinto do valor cobrado hoje no mercado para esses respiradores pulmonares. Isso é fantástico. Um pesquisador nosso oferecendo através dos seus estudos, seu trabalho, um equipamento que é vital para o tratamento, acompanhamento das pessoas afetadas pelo vírus. Isso mostra que a Universidade não parou. O pessoal tá trabalhando, pesquisando, todos preocupados também, não é só o reitor. Todos estão preocupados em avançar para um melhor controle dessa pandemia em Santa Catarina”, salienta o reitor.

 

(Fonte: Notícias UFSC)

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