Campus Blumenau

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lança nesta segunda-feira, 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, a campanha UFSC contra a Transfobia. A Coordenadoria de Design e Programação Visual da Agência de Comunicação (CDPV/Agecom), em conjunto com a Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento de Violência de Gênero (CDGEN), da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe), produziu materiais gráficos, tanto para internet quanto impressos, com o objetivo de divulgar os canais institucionais para denúncias e dar visibilidade ao fluxo após o registro.

Assim, a campanha UFSC contra a Transfobia começa pelas redes sociais e sites da Universidade, mas deve ganhar força a partir de março, pois o dia 31 desse mês marca o Dia Internacional da Visibilidade Transgênero. Nessa data, há previsão do lançamento de um manual anti transfobia, que está sendo produzido pela Agência de Comunicação (Agecom) em parceria com a Proafe. O Instagram da CDGEN já vem fazendo postagens a respeito há alguns dias.

O dia 29 de janeiro é uma data que marca a luta por direitos das pessoas travestis, transexuais e transgêneros, que enfrentam desafios persistentes, como a violência e discriminação. O Brasil é o país que mais mata pessoas trans, de acordo com dados do Transgender Europe (TGEU) atualizados em 2023 e obtidos pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA).

“A campanha é fundamental para conscientizar e informar as pessoas na comunidade Universitária e na comunidade do entorno. A informação traz o conhecimento e também ajuda no combate ao preconceito e às violências”, explica Leslie Sedrez Chaves, pró-reitora de Ações Afirmativas e Equidade da UFSC. “A expectativa é que a gente construa um ambiente mais acolhedor e seguro para todas as pessoas e que promova uma sociedade mais equânime, mais diversa,  e que garanta o respeito aos direitos de todes, todas e todos”, conclui.

Resolução reserva vagas para trans

A UFSC aprovou, em agosto de 2023, a Resolução Normativa nº 181/Cun/2023. O documento institui, nos cursos de Graduação e Pós-Graduação, a reserva de, no mínimo, 2% do total de vagas para pessoas trans. A cota se aplica a seleção de editais de bolsas, de estágios, de monitorias, entre outros. Além disso, há previsão de reserva de 1% do total de vagas em concurso público no âmbito da Universidade.

“A resolução normativa 181 é um reflexo da importância que a Universidade teve nesses últimos anos para essas pautas de diversidade de inclusão”, destaca Melina Martins, travesti, estudante de antropologia na UFSC e co-fundadora da Rede Trans UFSC. “A gente não pode esquecer nunca que todas as políticas que existem hoje na UFSC relacionadas às pessoas trans foram resultado de muito esforço e mobilização de estudantes trans”, relembra.

29 de janeiro: dia foi escolhido há 20 anos

A data de 29 de janeiro como Dia Nacional da Visibilidade Trans tem origem no ano de 2004, no âmbito da campanha Travesti e Respeito em Brasília. A ANTRA, fundada por ativistas transexuais, desempenhou um papel crucial na organização dessa ação, dando origem à data lembrada nesta segunda-feira.

Notícias da UFSC

Desde de 2004, o dia 29 de janeiro é marcado pela luta por visibilidade e respeito às identidades de gênero no Brasil. Na ocasião, os movimentos sociais de pessoas trans e travestis se manifestaram em Brasília em favor da campanha “Travesti e Respeito”, um ato político pelo reconhecimento das identidades de gênero e garantia de direitos.

Historicamente, a vida das pessoas trans é atravessada por uma série de estigmas, estereótipos, preconceitos e violências. Como resultado, a expectativa de vida desta população no Brasil é de apenas 35 anos de idade. Por este motivo, é muito importante que as políticas específicas sejam discutidas e construídas com a participação da comunidade trans.

No âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina, a primeira conquista foi a institucionalização da garantia do uso do nome social por meio da Resolução Normativa 059/CUN/2015. A construção desta resolução contou com a participação de representantes de diversos setores da UFSC, especialmente, estudantes trans e travestis.

Atualmente, a Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (SAAD) instituiu um Grupo de Trabalho para a construção de uma Política Trans para a universidade e conta com a participação de representantes do Núcleo N’aya – Núcleo de Aquilombamento de Intelectualidades Afrotranscentradas, estudantes trans de graduação e pós-graduação,além de servidoras/es técnicos da instituição.

Como parte do trabalho do GT, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de conhecer a população trans da comunidade universitária. Saber quem são e onde estão é fundamental para a inclusão de travestis, transexuais, transgêneres e não-bináries. Entre as principais discussões do GT estão a construção de uma proposta para: reserva de vagas, permanência, saúde, segurança, acesso aos benefícios da assistência estudantil, formação e capacitação ao corpo técnico da universidade sobre a temática, entre outras.

Para marcar o Dia Nacional da Visibilidade Trans 2022, a Coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGEN), em parceria com a Agência de Comunicação da UFSC (AGECOM) e estudantes trans da UFSC, construíram a campanha: “TRANSitando em territórios…Conquistando Espaços!” enviando fotos para construção do mural temático.

REPRESENTATIVIDADE E ORGULHO!

Equipe CDGEN
*Este texto contou com a colaboração da estudante trans do curso de Serviço Social, Mariana Franco.

Saiba mais em: diversifica.ufsc.br