Projeto de pesquisa da UFSC Blumenau desenvolve têxteis que repelem o Aedes aegypti

13/11/2024 13:33

O projeto foi contemplado por um edital da Fapesc e receberá financiamento no valor de R$ 986 mil

O projeto de pesquisa da UFSC Blumenau intitulado “Têxteis sustentáveis no controle do Aedes aegypti: funcionalização de tecidos com repelentes naturais” busca desenvolver artigos têxteis com atividade repelente contra o mosquito transmissor da dengue, utilizando compostos naturais. A pesquisa foi contemplada por um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e receberá um financiamento no valor de R$ 986 mil.

Coordenado pela professora Andrea Cristiane Krause Bierhalz, do Departamento de Engenharia Têxtil da UFSC Blumenau, o projeto tem a participação dos professores Cristiane da Costa, Fernanda Steffens, Odinei Hess Gonçalves, Rita de Cássia Siqueira Curto Valle, José Alexandre Borges Valle e Joziel Aparecido da Cruz. Com duração de 24 meses, a pesquisa busca contribuir com medidas adicionais, simples e sustentáveis, para o combate à doença.

A professora Andrea conta que um dos maiores desafios no uso dos repelentes naturais é que eles tendem a perder o efeito rapidamente, processo que é ainda mais acelerado pelo efeito das lavagens dos artigos têxteis. “A ideia então é encapsular o repelente em partículas de tamanho nanométrico e ligá-las quimicamente às fibras têxteis, para que o efeito seja prolongado e resistente às lavagens”, explica. Os insetos usados nos experimentos são criados em laboratório, para que se tenha certeza da idade, do estado fisiológico do mosquito e da ausência do vírus da dengue.

Pesquisa nasceu no PGETEX

Os ensaios de repelência serão realizados em parceria com a UFMG

O primeiro trabalho com este tema na UFSC Blumenau foi desenvolvido pela estudante Quesli Martins, durante o seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Têxtil (PGETEX). “A Quesli estudou a repelência do óleo de semente de neem combinado com quitosana em tecidos de algodão e obteve até 75% de repelência contra mosquitos. Foi verificado que diversos fatores influenciavam na repelência, o que abriu várias possibilidades de estudo para diferentes composições de tecido, compostos naturais e condições de processamento para aumentar ainda mais a repelência”, conta Andrea.

Os bons resultados da estudante motivaram a continuação da pesquisa, pois ficou comprovado que há potencial nos têxteis repelentes. Andrea conta que recebeu com surpresa a notícia da aprovação do financiamento. “Pelos recursos previstos para o edital, sabíamos que seriam poucas propostas aprovadas para todo o estado de Santa Catarina. Ter um dos seis projetos selecionados foi motivo de grande alegria para o grupo”, revela a professora.

Investimentos

Do valor aprovado de R$ 986 mil, o edital condiciona que metade seja destinado à compra de equipamentos e a outra metade ao custeio, o que inclui a compra de materiais de consumo, pagamento de bolsas (são duas bolsas de mestrado, duas de iniciação científica e uma de pós doutorado), além de viagens e diárias para a pesquisa.

O projeto prevê a compra de um equipamento para medida de tamanho e estabilidade de nanopartículas e outro que permite realizar ensaios de resistência à lavagem e tingimento de amostras. Esses equipamentos ficarão no Laboratório Integrado Têxtil (Lintex) e deverão contribuir com diversas outras pesquisas da área têxtil no campus.

Todos os ensaios de repelência serão realizados em parceria com o professor Alvaro Eduardo Eiras, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde há uma estrutura de laboratórios para a determinação de repelência utilizando mosquitos Aedes aegypti. Isso permitirá saber o efeito real de repelência dos materiais obtidos. “Os têxteis serão desenvolvidos aqui na UFSC e os professores e alunos envolvidos no projeto ficarão por alguns períodos na UFMG para testagem da repelência”, finaliza Andrea.

Daiana Martini/Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

Tags: Aedes aegyptiEngenharia TêxtilFapescPesquisaPGETEX

Coordenadoria de Gestão Ambiental divulga informações sobre combate ao Aedes aegypti nos campi

12/04/2022 09:42

A Coordenadoria de Gestão Ambiental da UFSC trabalha em vistorias nos setores para eliminar focos e possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, febre Chikungunya e Zika vírus. A unidade reforça a importância de que os servidores que venham a observar situações preocupantes em suas unidades, setores, edificações ou áreas externas, encaminhem pedido de vistoria ao e-mail Para os campi Araranguá, Curitibanos, Blumenau e Joinville e unidades Araquari e Fortalezas, sugere-se o envio de registro fotográfico para o
mesmo e-mail. Aqui no Campus Blumenau, o setor de Administração de Edifícios também recebe e trata notificações dessa natureza pelo e-mail 

Como medidas complementares de combate, a coordenadoria sugere o acesso ao site https://evitedengue.ufsc.br para acompanhamento das atualizações de números de focos no Estado e de casos de dengue, febre Chikungunya e Zika vírus. O site também tem informações sobre medidas para se evitar criadouros do mosquito no ambiente de trabalho. “O combate ao mosquito Aedes aegypti deve ser feito por todos através de ações que passam pelo aumento nos cuidados na limpeza e manutenção dos edifícios e áreas externas, como jogando lixo nos locais adequados; atenção em detectar e eliminar possíveis focos, mesmo que em áreas fora de seus respectivos centros; coibir e mitigar o uso inadequado de objetos como pneus, pratos de plantas, caixas d’água e tampas em áreas descobertas”, informa o órgão, em ofício.

Os criadouros preferenciais do Aedes aegypti são os objetos artificiais comuns nas áreas urbanas (pneus, copos, pratos, latas, garrafas, pratos dos vasos de plantas, caixas d’água descobertas, calhas e lajes, piscinas, vasos sanitários sem uso e bebedouros de animais). A fêmea do mosquito deposita seus ovos nas paredes internas destes objetos (até 450 ovos), que levam de 7 a quinze dias para se tornarem mosquitos adultos. Em ambiente seco, os ovos possuem potencialidade para eclodir por cerca de um ano e seis meses após a postura.

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