UFSC Blumenau terá mais dois projetos de pesquisa para combater o Aedes aegypt

26/11/2024 17:04

Mais dois projetos de pesquisa da UFSC Blumenau foram contemplados pelo edital de combate ao Aedes aegypti da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). No resultado divulgado no mês passado, apenas um projeto da UFSC Blumenau havia sido contemplado. No dia 11 de novembro, a fundação publicou um aditivo ao edital, o que tornou possível o financiamento de mais pesquisas por todo o estado.

O projeto “Biossensor Multiplex: determinação rápida e simultânea de múltiplos biomarcadores da dengue e de outras arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti”, coordenado pela professora Daniela Brondani, visa o desenvolvimento de biossensores para detecção da dengue e de outras doenças, como a Zika e Chikungunya, com uma única amostra e em uma única análise. O financiamento será de R$ 596.800,00.

Metade do valor será aplicado em reagentes e materiais de consumo necessários para produção dos biossensores, bem como em bolsas técnicas e de iniciação científica. Os outros 50% (cerca de R$ 298 mil) serão empregados na aquisição de vários equipamentos necessários para a execução do projeto, incluindo equipamento de processamento e de análise e caracterização, que ficarão localizados nos laboratórios de Química da UFSC Blumenau.

O projeto coordenado pela professora Daniela Brondani receberá um financiamento de R$ 596.800,00

A coordenadora conta que a pesquisa iniciará a partir da liberação dos recursos, mas a equipe já tem experiência no desenvolvimento de biossensores para determinação de biomarcadores de outras doenças. “Parte da nossa equipe também participa de outro projeto financiado recentemente pela Fapesc, com enfoque para diagnóstico da febre Oropouche, transmitida pelo mosquito maruim”, conta Daniela, que recebeu a notícia da aprovação com surpresa. “Não esperávamos uma suplementação para este edital. A equipe toda ficou muito feliz e empolgada com a aprovação de mais um financiamento da Fapesc neste ano”, completa.

Além da coordenadora, a equipe do projeto conta com a participação de outros professores e estudantes da UFSC Blumenau e do Campus Florianópolis: Eduardo Zapp, Ismael Casagrande Bellettini, Patrícia Bulegon Brondani, José Wilmo da Cruz Júnior, Lidiane Meier, Iolanda da Cruz Vieira, Almir Spinelli, Edson Roberto Santana, João Paulo Winiarski, Maria Paula Campestrini Féo, Mariana Booz, Thaynara Dannehl Hoppe, Luan Gabriel Baumgarten e Eduardo Constante Martins.

Larvicida ecológico

O outro projeto que receberá financiamento da Fapesc é “Nanomateriais ativos à base de quitosana com atividade larvicida aplicados ao controle do mosquito Aedes aegypti”, coordenado pela professora Larissa Nardini Carli. A ideia é obter materiais em escala nanométrica, com elevada eficiência no controle das larvas do mosquito Aedes aegypti, de modo simples, de baixo custo, com pouco impacto ambiental e com possibilidade de reuso. Para este projeto, o valor aprovado foi de R$ 895.740,00.

O projeto coordenado pela professora Larissa Nardini Carli receberá um financiamento de R$ 895.740,00

A coordenadora conta que o projeto é resultado de inúmeras outras pesquisas correlatas já desenvolvidas em dois grupos de pesquisas da UFSC Blumenau: Grupo de Pesquisa em Nanocompósitos Funcionais à Base de Polímeros Biodegradáveis (NanoBio) e Laboratório de Magnetismo e Materiais Magnéticos (Lab3M). “Tivemos essa ideia de utilizar nanopartículas de materiais metálicos e nanocápsulas à base de polímeros biodegradáveis com ações larvicidas. A combinação destes materiais permitirá, além do controle das larvas do mosquito Aedes aegypti, uma completa separação e remoção destes materiais após sua utilização em ambientes que contenham água parada, demonstrando tanto uma preocupação com o problema de saúde pública como também com a preservação ambiental”, explica Larissa.

Os valores previstos no financiamento serão utilizados para compra de um Magnetômetro de Amostras Vibrante (VSM) que deverá compor a infraestrutura do Lab3M e servirá para caracterização magnética dos nanomateriais produzidos; e um Magnetron ion sputtering que será uma ferramenta muito útil para auxiliar na caracterização microestrutural dos nanomateriais produzidos e servirá como equipamento de apoio ao recém criado Laboratório Multiusuário de Caracterização Avançada (LMCA). O restante será utilizado para custeio das despesas decorrentes da pesquisa e para contratação de pessoas para atuarem no projeto (interessados podem entrar em contato clicando aqui).

A coordenadora conta ainda que recebeu a notícia da aprovação com alegria e satisfação. "Sempre que submetemos alguma proposta é porque acreditamos fortemente na ideia. Mas ao mesmo tempo sabemos que a concorrência muitas vezes é acirrada devido ao mérito também de outras propostas. Isso prova que as agências de fomento apostam em nossas ideias e assim podemos perseguir os resultados propostos e tentar trazer melhorias para nossa sociedade", comemora Larissa.

A equipe do projeto conta com a participação do professor Cristiano da Silva Teixeira, além de parcerias já estabelecidas com pesquisadores da UFSC de Florianópolis, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Da UFSC de Florianópolis, integra o projeto o professor José Henrique Maia Campos de Oliveira. Da UFRGS, em Porto Alegre, o professor Tales da Silva Daitx; e da UCS, em Caxias do Sul, os professores Janaina da Silva Crespo e Marcelo Giovanela.

Investimento inédito

Somados, os três projetos da UFSC Blumenau receberão um investimento total de R$ 2,5 milhões, valor inédito até então para o financiamento de pesquisas no campus por meio de um único edital. “Estamos muito satisfeitos e felizes com a aprovação dos projetos. Nós temos consciência da qualidade e do potencial dos nossos pesquisadores que já participavam em equipes de excelência junto com outros profissionais da UFSC em Florianópolis e de outras universidades”, disse o diretor do campus, Adriano Péres.

O diretor também ressaltou que a infraestrutura do campus hoje está muito melhor, se comparado com alguns anos atrás. “Aos poucos nossos pesquisadores estão adquirindo maior maturidade em pesquisa, gerenciando suas próprias equipes localmente e, com o trabalho árduo, conseguindo aprovar apoios das agências de fomento”, avalia Adriano.

Daiana Martini/Serviço de Comunicação UFSC Blumenau

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