Conselho Universitário da UFSC rejeita proposta de suspensão do calendário acadêmico
O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) rejeitou a proposta de suspensão do calendário acadêmico do primeiro semestre. A sessão aberta do conselho foi realizada na tarde desta sexta-feira, 7 de junho, no Auditório Garapuvu, do Centro de Cultura e Eventos, em Florianópolis, com grande presença de estudantes, servidores e professores da Universidade.
Conforme proposta apresentada no início da sessão pelo reitor Irineu Manoel de Souza, o CUn votou os três pareceres apresentados ao longo das duas reuniões realizadas para debater e deliberar sobre o assunto: o parecer original do conselheiro Edgar Bisset Alvarez, que era favorável à suspensão do calendário; o parecer da representação do Diretório Central dos Estudantes (DCE), apresentado pela estudante Emily Santim, contra a suspensão; e o parecer de um grupo de diretores de centros de Ensino, apresentado pela conselheira Carolina Bahia, que também era contra a suspensão.
Ao final, o parecer mais votado foi o do grupo dos diretores de Centro, que teve voto favorável de 37 conselheiros e 28 votos contrários. O parecer do professor Edgar Alvarez, pela suspensão do calendário, teve o voto favorável de 26 conselheiros, enquanto 38 conselheiros votaram contra. O parecer do DCE teve 36 votos favoráveis e 28 votos contrários.
Durante a sessão, a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro, informou que a Câmara de Graduação havia tomado posição unânime para que o segundo semestre na UFSC fosse iniciado de forma simultânea por todos os cursos. As aulas serão reiniciadas depois que todos os cursos tenham garantido a reposição de aulas, avaliações e outras atividades impactadas pelas greves dos docentes, dos estudantes e dos servidores técnico-administrativos em educação.
Impactos das greves
A proposta de suspensão do Calendário Acadêmico de 2024 foi encaminhada ao reitor por representantes do comando local de greve dos docentes e técnico-administrativos da UFSC, e incluída na pauta da reunião do CUn do dia 28 de maio a pedido da representação estudantil.
A discussão sobre o assunto começou naquela reunião e se estendeu para o dia seguinte, com a leitura do parecer do relator, conselheiro Edgar Bisset Alvarez. Ele fez uma análise dos impactos das greves de servidores técnico-administrativos em educação, de docentes e de estudantes nas rotinas da Universidade, além de apontar problemas de infraestrutura em vários ambientes. Ao final, apresentou parecer favorável ao pedido de suspensão do calendário acadêmico.
Logo no início dos debates da proposta do relator, no entanto, o processo foi alvo de dois pedidos de vista, um pela representante discente Édina Roberta Meira e outro pela professora Carolina Medeiros Bahia, do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), em nome de um grupo de dez diretores de centros de Ensino. A justificativa para os pedidos de vista foi de que o assunto necessitava ser melhor debatido e analisado pelos colegiados das Unidades e também pelos estudantes.
O parecer elaborado pelo grupo de diretores apresentou uma visão panorâmica das adesões e impactos das greves das categorias em cada unidade, além do resultado das consultas feitas à comunidade acadêmica. Pelo relato, nove centros de Ensino tiveram posições de maioria contrária à suspensão do calendário acadêmico, enquanto em outros cinco a posição majoritária foi a de apoiar a suspensão.
No Campus de Blumenau, não houve decisão sobre suspensão ou não do calendário. A deliberação foi por uma “solicitação de esclarecimento por parte do Conselho Universitário e das pró-reitorias competentes aos questionamentos registrados pelo Conselho de Unidade do CTE, seguido, se for necessário, de pedido de vista por parte do Diretor do CTE”. O professor Adriano Peres chegou a apresentar um pedido de vistas ao processo, que foi rejeitado pelo reitor, em decisão confirmada pela maioria dos conselheiros.
O parecer apresentado pelos representantes do DCE trouxe o resultado da Assembleia Geral Extraordinária realizada na noite de quinta-feira, 6 de junho. Na assembleia, os estudantes debateram as propostas de suspensão ou não do calendário. Na votação realizada, 692 estudantes se manifestaram contrários à suspensão do calendário, com necessidade de flexibilização, e 625 presentes votaram pela suspensão.
Veja a íntegra da sessão do CUn no link:
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