Aluna pesquisa embalagem biodegradável que aumenta o prazo de validade dos alimentos
Nosso dia a dia é cercado de plástico. Olhe agora em sua volta. Certamente você verá diversos itens e é bem difícil imaginar nossa vida sem ele, não é? Apesar de ter sido um grande avanço para a indústria, o plástico acabou virando um problema ambiental devido ao grande período que leva para se decompor na natureza. Pensando em minimizar esse impacto ambiental, a aluna Pamela Xavier Mendoza desenvolve uma pesquisa de um tipo de embalagem para alimentos biodegradável e ativa.
Uma embalagem ser biodegradável significa que, se for lançada na natureza, ela consegue ser decomposta por micro-organismos de forma muito mais rápida do que o plástico convencional. E ser ativa significa que ela interage com o alimento de alguma forma, melhorando seu desempenho em algum aspecto, seja na aparência, aroma, consistência ou prazo de validade.
Pamela está cursando o 7º semestre do curso de Engenharia de Materiais da UFSC Blumenau e é bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq, orientada pela professora Larissa Nardini Carli. Para desenvolver a embalagem, a aluna está utilizando um polímero biodegradável chamado PHBV com adição de óleo essencial de orégano. “Esse óleo tem propriedades antifúngicas e bactericidas, ou seja, ele inibe o crescimento de micro-organismos que fazem a comida estragar”, explica.
Para que o óleo não evapore da embalagem tão facilmente, foram misturadas nanopartículas de argila, pois ela ajuda a “encapsular” o óleo, tornando sua evaporação mais controlada. “A argila também é um componente natural, assim como o óleo, então nenhum desses compostos impede a biodegradação da embalagem”, acrescenta a pesquisadora.
Além da diminuição de uso de embalagens plásticas convencionais, o projeto também tem como objetivo incentivar outras pesquisas sobre o tema, já que isso aumentaria as chances de que essas embalagens sejam produzidas em escala comercial e cheguem ao dia a dia das pessoas. “Mais do que isso, há toda uma mudança de pensamento envolvida. O consumidor, ao optar por uma embalagem biodegradável, também está pensando no bem do nosso meio ambiente e, por consequência, esse tipo de pensamento pode se estender a outros aspectos de sua vida voltados à preservação da natureza”, avalia Pamela.
A pesquisa foi uma das selecionadas para a Mostra Científica da Semana do Meio Ambiente da UFSC, que acontece de 20 a 24 de junho. Com isso, a aluna produziu um vídeo em que explica melhor sua pesquisa. Assista abaixo:
Iniciação científica
Pamela conta que o interesse em fazer iniciação científica (IC) começou já no 1º semestre do curso. “Desde o início eu já pensava em aproveitar ao máximo os recursos oferecidos pela Universidade, e naquela época eu já tinha uma grande afinidade por polímeros, principalmente os biodegradáveis. Sendo assim, fui procurar professores que trabalhassem nessa linha de pesquisa e encontrei a professora Larissa, que me aceitou em seu grupo e sigo até hoje!”, relata a aluna.
Para Pamela, a iniciação científica é uma experiência que todos os alunos deveriam vivenciar. “Fazendo IC você é imerso num ambiente onde é feito ciência na prática todos os dias, e em paralelo é possível conhecer outras áreas de pesquisa que ampliam os horizontes e trazem perspectiva quanto ao presente e o futuro da Engenharia de Materiais”, finaliza.
Serviço de Comunicação UFSC Blumenau