Consulta Pública para Direção do CTE: entrevista com a chapa Consolidar e Avançar

23/10/2020 17:26

João Luiz Martins (à esq.), atual Diretor da Unidade, concorre à reeleição juntamente com Adriano Péres (à dir.), chefe do CAC/BNU. (Fotos: Arquivo pessoal dos candidatos)

Neste mês de outubro, servidores (as) e estudantes serão convidados a participar da consulta pública para escolha da direção do Centro Tecnológico, de Ciências Exatas e Educação (CTE) do Campus Blumenau. Neste pleito há apenas uma chapa inscrita, Consolidar e Avançar, formada pelo atual diretor da unidade, professor João Luiz Martins (Diretor), do Departamento de Matemática (MAT/BNU) e Adriano Péres (Vice-diretor), docente do Departamento de Controle, Automação e Computação (CAC/BNU).

De modo a auxiliar a comunidade acadêmica na escolha, a chapa respondeu algumas perguntas a convite do Serviço de Comunicação do Campus Blumenau. A votação será realizada no dia 29/10 (quinta-feira), das 9h às 17h, por meio do sistema e-Democracia. Demais informações e documentos podem ser encontrados no site elaborado pela Comissão Eleitoral - eleicoes.blumenau.ufsc.br

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1. Com a pandemia da Covid-19 ficou evidente a necessidade de fortalecer a capacitação de estudantes e servidores para uso e integração das tecnologias digitais no cotidiano acadêmico e administrativo. Como a Direção pretende fomentar uma cultura de inclusão digital e modernização das ferramentas de ensino para além do período remoto e de atividades pedagógicas não presenciais?

Resposta: A pandemia impôs a todos nós adaptações e improvisos em várias atividades e serviços, sem contar a complexidade das relações entre o ensino e a aprendizagem, em novos e desconhecidos ambientes pedagógicos para todos os atores envolvidos. Entretanto, no entendimento da nossa Chapa, pode-se aproveitar muito destas lições. As experiências acumuladas neste período serão certamente de grande valor para o futuro, seja na retomada sem restrições, seja num novo normal. A nova Direção está atenta e já ciente das estratégias e novas ações que precisam ser implementadas visando preparar ainda melhor nossos quadros de pessoal, suas condições de trabalho e dinâmica operacional para que, se tivermos que prosseguir com esta forma de atuação, a nossa resposta Institucional venha a ser dada de forma mais rápida e efetiva. É evidente, assim como, no início da pandemia, construímos coletivamente nossos canais de diálogos com a comunidade acadêmica e discutimos setorialmente nossas novas dinâmicas operacionais e pedagógicas, agora, estamos preparados para avaliar nossas atitudes e atividades, e, neste sentido planejá-las visando dar conta de acionar os diversos setores Institucionais para construir processos de capacitação e qualificação dos nossos quadros de servidores (professores e técnicos administrativos), bem como orientar e treinar nossos estudantes.

2. O Campus localiza-se em uma região industrial estratégica para o estado de Santa Catarina. Isso se reflete, inclusive, na sua concepção inicial. Dentro da proposta de promover e apoiar o relacionamento da academia com o setor produtivo, quais ações/projetos poderiam ser desenvolvidos em curto e médio prazo para aprofundar este contato?

Resposta: O Campus foi concebido pelo esforço de uma equipe multidisciplinar para estabelecimento da UFSC em Blumenau. Diante dos desafios colocados, haja vista o não cumprimento do Pacto Institucional MEC/UFSC, o Campus atravessou limitações nestes primeiros cinco anos de existência, pois, inúmeras ações tiveram que ser desenvolvidas, adaptadas, reorganizadas e implementadas para que pudéssemos concretizar, consolidar e desenvolver os cursos concebidos. Uma grande parte da infraestrutura está mais apropriada agora. Todos os cursos de graduação foram reconhecidos pelo INEP-MEC com conceito 4, o que demonstra o nível de qualidade do que estamos oferecendo à sociedade. Além disso, dos três cursos avaliados, via Enade, nossos estudantes obtiveram 3 notas máximas no exame, o que enaltece o nosso Campus e nos coloca dentro do conjunto de excelência de cursos nacionalmente. Dito isto, a Chapa reafirma os compromissos de consolidar os convênios com as secretarias e órgãos públicos e privados, para que nossos estágios dos cursos de licenciaturas possam ocorrer com qualidade. Além disso, pretendemos nos aproximar ainda mais dos municípios do entorno geográfico visando estreitar as relações entre a Educação Superior e a Educação básica, haja vista que precisamos aprender e avaliar nossos formandos, em suas práticas, bem como, que esta aproximação permita que a academia contribua com a melhoria da qualidade da educação básica na região, no Estado e no Brasil. Quanto ao setor produtivo a Chapa pretende consolidar as relações já existentes com um grande número de empresas, indústrias e setor de serviços, buscando o apoio dos nossos docentes envolvidos nestes núcleos de estágios e apoiando inciativas que venham a ampliar postos de estágios, projetos e atividades em parcerias com as empresas e demais setores. A UFSC é estratégica para contribuir com a inovação e empreendedorismo junto ao setor produtivo local e nacional. Uma instituição que gera novos conhecimentos, que possui corpo docente e técnico altamente qualificados certamente possui condições de construir parcerias importantes para a solução de inúmeros problemas destes setores. A UFSC Blumenau se consolida como uma boa e importante solução para os problemas do setor produtivo e não é um problema para a região, como alguns detratores pregam e afirmam em algumas mídias.

3. Vocês propõem a criação de algumas estruturas como comitês e/ou núcleos adicionais (com foco, por exemplo, em áreas como ensino a distância, internacionalização, educação inclusiva e etc). Como vocês pretendem articular essas novas estruturas com as já existentes (Secretarias, NDEs, Nupe, NAE, etc), de modo a evitar a pulverização de atividades correlatas em estruturas individualizadas e minimizar o impacto sobre a carga horária dos servidores docentes e técnicos?

Resposta: O Campus Blumenau não tem a estrutura de uma Universidade, ou mesmo as condições de proximidade entre Pró-reitorias, secretarias e outros órgãos institucionais como as que existem no Campus Sede, assim sendo, faz-se necessário pensarmos e naturalmente implementarmos estruturas que venham a facilitar nossas ações acadêmicas e administrativas e não duplicá-las. Prova disso, é a existência hoje de vários núcleos e comitês específicos. Entretanto, como a instituição é dinâmica e o nosso Campus também, a Chapa propõe a criação de comitês e também - se possível - núcleos, que venham a cuidar de temas relevantes e que hoje estamos, em parte e/ou quase totalmente descobertos de representação - Educação a Distância, Internacionalização e Educação Inclusiva. Na verdade, a tendência é que surjam editais em EaD, nos próximos meses, para apoiar projetos e ações nesta modalidade. É importante registrar que é estratégico colocarmos o Campus na vanguarda destes temas. Assim como a EaD, a internacionalização precisa ser assumida de forma mais efetiva, haja vista, não só, a importância da mobilidade acadêmica para nossos estudantes de graduação e pós-graduação, mas é claro a necessidade de melhoria de nossos indicadores institucionais no que se refere a internacionalização da nossa pós-graduação. Por outro lado ainda, o nosso Campus cada vez mais vem abrigando estudantes com alguma deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual). É relevante implementarmos melhorias em nossas estruturas físicas, no que se refere ao atendimento e esses estudantes e demais pessoas, bem como garantir espaço e ambiente para que elas possam ter acesso ao material didático específico. Estas são algumas das razões que levaram a nossa Chapa a propor a ideia de um Núcleo de Educação Inclusiva para pensar políticas institucionais para este fim.

4. O panorama orçamentário sempre é alvo de preocupação por parte das universidades públicas, especialmente nos últimos anos. Enquanto diretores, considerando o alcance de suas decisões, como vocês pretendem articular melhorias neste sentido para o Centro/Campus junto à Administração da UFSC e demais entidades do governo?

Resposta: Sim, de fato o financiamento da educação superior é e continua sendo um dos grandes desafios para que os dirigentes de universidades e dos campi consigam garantir o desenvolvimento, manutenção e investimentos necessários para que seja possível ofertar aos jovens e adultos uma educação gratuita e de qualidade. Neste cenário, a Chapa, ciente destas limitações, reafirma compromisso de lutar por recursos, junto à Seplan/UFSC, de manutenção e investimentos relativos ao duodécimo de recursos para consumos, serviços, diárias e passagens, bem como por investimentos para ampliar nossa capacidade de atender as inúmeras demandas por equipamentos e demais materiais permanentes. Como em outros momentos, a busca por emendas parlamentares também está dentro do nosso conjunto de atuação. Apesar de a região estar pouco representada no Congresso Nacional, pretendemos buscar uma aproximação através da assessoria parlamentar da UFSC, acionar a reitoria para levar nossas demandas ao MEC, visando retomar o atendimento do pacto, tanto relativo aos recursos orçamentários prometidos, quanto as nossas necessidades de professores e técnicos administrativos.

5. No âmbito da gestão, quais projetos/ações (curto, médio e longo prazo) podem ser implementadas para a profissionalização das chefias; mapeamento e implementação de processos; além da coleta, análise e tratamento de dados de ordem administrativa e acadêmica?

Resposta: A gestão democrática e transparente está consolidada no nosso Campus. A nossa Chapa reafirma este compromisso. A nova direção pretende prosseguir ouvindo, orientando e contribuindo com os mais variados setores acadêmicos e administrativos no que se refere às ações necessárias e suficientes para a continuidade das nossas atividades. Treinamentos e capacitação aos servidores docentes e técnico-administrativos serão prioridade em nossa gestão, o que certamente deverá ajudar na melhoria da profissionalização das chefias. Por outro lado, a ausência de servidores técnicos e docentes em algumas áreas muitas vezes são motivos de dificuldades na gestão das mais variadas chefias. Nossa Chapa irá desencadear ações específicas junto à Administração Central com o intuito de tentar ampliar nossos quadros (docentes e técnico-administrativos) como parte da melhoria da nossa gestão e também para um melhor atendimento à sociedade. O Campus, através da Direção Administrativa e da Agente de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, desenvolve, hoje, um projeto (o InterAÇÃO) no qual nossos servidores realizam estágios em setores da sua escolha ou afinidade. Esta ação tem sido exitosa e contribui estrategicamente na melhor lotação dos nossos técnico-administrativos. Esta é uma ação que vamos apoiar e ampliar. Uma outra proposta consiste em avaliar, em parceria com as chefias imediatas e demais servidores envolvidos nestes setores, o dimensionamento de pessoal, bem como as atividades de cada setor visando aproveitar, fortalecer o trabalho remoto e se possível adotar estratégias de trabalho desta natureza, mesmo na ausência da pandemia.

Por fim, a Chapa se coloca à disposição da comunidade acadêmica para receber sugestões, críticas e comentários pelos e-mails: e

 

(Camila Collato/Serviço de Comunicação UFSC Blumenau)

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